No Brasil, todos os dias cerca de 32 pessoas dão fim à própria vida. O número corresponde a uma morte a cada 45 minutos, segundo o Centro de Valorização da Vida (CVV).
A campanha do Setembro Amarelo é um alerta constante para os problemas mentais que podem levar a situações de suicídio que são desencadeadas por vários fatores, entre eles, medidas opressivas e tóxicas nas relações de trabalho, desemprego crescente, problemas familiares, entre outras inúmeras causas associadas à depressão, segundo a assessoria de Saúde e Previdência da Federação dos Químicos do Estado de São Paulo (Fetquim-CUT).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 300 milhões de pessoas no mundo têm depressão e este será o principal problema de saúde no mundo em 2050, de acordo com reportagem do El país.
O isolamento necessário para conter a disseminação do novo coronavírus contribuiu para aumentar em 250% as consultas e informações quanto à prevenção de suicídio na Espanha.
A depressão e a ideação suicida agem de forma silenciosa surpreendendo as famílias, os companheiros de trabalho e todo o meio profissional. Dirigentes da Fetquim-CUT alertam os sindicatos a orientar e atender trabalhadores que buscarem informações sobre o tema e também a pedirem a todos que fiquem atentos a mudanças bruscas no comportamento dos companheiros e companheiras de trabalho para saber como ajudar.
“Os problemas de saúde mental são grandes na categoria química e deverão aumentar”, diz o secretário de Saúde da Fetquim, Andrés Henrique Alves, diretor dos Unificados de Campinas.
“Precisamos ampliar a defesa por melhores condições mentais no trabalho também,” acrescenta.
Para Aiton Cano, coordenador da Fetquim-CUT, complementa: “os sindicatos filiados devem orientar os trabalhadores e familiares procurarem o SUS para dar suporte aos problemas de saúde mental que aparecem, e os nossos convênios médicos precisam dar atenção permanente ao problema estimulando uma melhor qualidade de vida para todos.”
“O Setembro amarelo visa dar visibilidade à prevenção do suicídio e ganha uma importância maior devido a pandemia, pois com o isolamento social, os problemas de saúde mental tendem a se agravar. Medo, incertezas em relação ao futuro, luto e dificuldades financeiras marcam a vida de muitas pessoas. É importante ter atenção aos sinais e procurar meios de lidar com o problema”, afirma Paulo Sérgio, secretário de Saúde dos Químicos do ABC, e coordenador da COMSAT.
O papel do SUS e do CVV na prevenção contra o suicídio
Na rede pública, a indicação é procurar os Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) do Sistema Único de Saúde (SUS). Por lá, é possível marcar uma consulta com um psiquiatra ou psicólogo. O Centro de Valorização da Vida (CVV), fundado em 1962 em São Paulo, faz um apoio emocional e preventivo do suicídio pelo número 188.
Os trabalhadores também podem procurar os Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs), que também são a porta de entrada para buscar ajuda.
Se o caso for grave, o ideal é procurar o pronto socorro mais próximo. Os PSs estão mais do que preparados para dar o primeiro suporte, inclusive se precisar internar já faz na hora, ou aplicar medicação de urgência.
Fonte: CUT Brasil