Setoriais convocam para mais mobilização e cobram respeito



Setoriais convocam para mais mobilização e cobram respeito

O Sindieletro está convocando todos os trabalhadores para intensificar as mobilizações, pois essa é a nossa arma para garantirmos a negociação da nossa Pauta de Reivindicações.

Na quinta (20) foram realizadas várias setoriais no Estado. No Quarteirão 14 ( Cidade Industrial), o ambiente foi de muito debate para ampliar as mobilizações com a consciência de que os eletricitários não vão pagar o pato.

Na sede, o coordenador geral, Jefferson Silva, faz um relato do que foram as últimas seis reuniões com a Cemig. Nas cinco reuniões de negociação realizadas, a Cemig não respondeu a nenhuma reivindicação dos trabalhadores, a nossa pauta sequer foi avaliada, a proposta da empresa não é a de negociar, mas de cortar custos e retirar direitos e uma afronta à categoria.

Economia de verdade

O Sindieletro deixa clara a sua posição: Se a Cemig quer mesmo reduzir custos não será em cima dos direitos dos trabalhadores. A proposta de redução de custos que o Sindicato defende é estancar a política de privilégios na Cemig e discutir o processo de trabalho.

O diretor do Sindieletro e secretário geral da CUT Minas, Jairo Nogueira, destaca que a questão financeira predomina no discurso da Cemig, mas a empresa não apresenta dados relevantes como o custo para a manutenção da cozinha do 18° andar, para remunerar os ad-nutuns cujos gatos triplicaram. “Sabemos que a Cemig tem como reduzir despesas sem precisar vir pra cima do trabalhador como fez com seguro”, aponta Jairo. Jefferson Silva também destacou que o marco regulatório e a atual política econômica não justificam a negativa de aumento real aos eletricitários.

A representação do Sindicato sugeriu na mesa o fim dos privilégios para a redução de custos com a redução dos salários dos diretores, superintendentes e gestores. Também foi sugerido baixar as diárias para viagens e o limite do cartão corporativo, rever os contratos com as empreiteiras e intensificar o trabalho dos técnicos de projetos, que já economizaram mais de 7 milhões de pagamento de obras de contratadas pela Cemig.

Atualmente os processos de trabalho estão todos nas mãos das empreiteiras. Para reduzir custos, a Cemig tem que retomar o controle sobre o processo de trabalho, impedir que as empreiteiras tenham acesso ao SAP, controlar as obras e os estoques de materiais.

Hora extra
A Cemig afirma que hora extra gera prejuízos e diz que quer cortar esses “gastos”. Como resposta, o Sindieletro propôs uma campanha de conscientização sobre a hora extra, que não pode ser vista como fonte de renda do trabalhador.

As entidades topam discutir e conscientizar a categoria quanto ao horário de trabalho e os prejuízos das horas extras sobre a saúde. A nossa hora extra é cara exatamente para que ela seja feita somente em casos de necessidade, mas a má qualidade dos serviços das empreiteiras acaba gerando retrabalho para os eletricitários do quadro próprio.

Exemplo do descontrole sobre os serviços é que a Eletro Santa Clara abandonou o contrato com a Cemig e a estatal teve que deslocar vários eletricitários do quadro próprio, gerando enorme quantidade de horas extras.

Mobilização total

Defender todos os direitos conquistados é o grande desafio imposto, este ano, a cada um nós, eletricitários. Vamos lutar pelo nosso Acordo Coletivo e cobrar respeito da Cemig à nossa pauta.

Só com a mobilização da categoria vamos conseguir fechar um bom acordo. Essa luta é de todos, sem exceção.

Greve na Sá Carvalho, um exemplo

Na Sá Carvalho, os trabalhadores fizeram três dias de greve e conseguiram importantes avanços. No ano passado, enfrentamos uma greve de 54 dias, a maior da nossa história. Se todos nós tivéssemos aderido ao movimento, muito provavelmente em três dias a Cemig teria voltado atrás.

Nós podemos e devemos ser exemplo para os trabalhadores do país inteiro, se estivermos unidos e mobilizados contra a retirada de direitos. Resistimos à Ditadura Militar, ocupamos as ruas em passeatas e greves históricas, fomos os primeiros trabalhadores do setor elétrico a conquistar a PLR depois de uma greve de fome. Temos a responsabilidade de garantir a manutenção de um dos melhores acordos coletivos do país.

Por isso, vamos à luta, vamos nos mobilizar contra a retirada de direitos e por respeito à nossa história e nossas reivindicações.

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