Acolher: oferecer ou obter refúgio, proteção ou conforto físico; abrigar(-se), amparar(-se).
O mês de setembro é dedicado à prevenção do suicídio e ao estudo de alternativas para conscientizar e proteger os cidadãos. E o Sindieletro, como sempre, levanta essa bandeira de solidariedade, respeito e compreensão.
Todo ano, as redes sociais se revestem de amarelo para relembrar que o autocuidado também inclui manter a saúde mental em dia. Mas apenas usar uma cor simbólica e reproduzir mensagens motivacionais não é o suficiente para estancar a sangria de um problema tão sério no país e no mundo. Ações isoladas não tem o mesmo efeito de atitudes coordenadas e pensadas para o coletivo: é preciso colocar a mão na massa para ajudar, de verdade, quem precisa.
Diversos estigmas rodeiam esta data: entender que fazer terapia não é sinônimo de fraqueza, compreender a importância de lidar com os próprios sentimentos e não negligenciar sintomas de depressão ou outros transtornos psiquiátricos ainda são tarefas árduas a serem cumpridas por grande parte da população. É mais difícil ainda quando a população é tratada como descartável por gestores do governo. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), cerca de 12 mil suicídios são registrados por ano no Brasil. O assunto é questão de saúde pública e devemos tratá-lo como tal.
Suicídio é um tema sensível que deve ser tratado com muita cautela. No entanto, é necessário retirar o véu do tabu e aclarar qual sucessão de acontecimentos pode desembocar numa decisão fatal. Entender os sintomas que você pode ter ou sinais que um conhecido pode dar é crucial para salvar vidas. É preciso entender a mente como uma parte do corpo a ser observada e, caso necessário, tratada. Tal qual uma fratura na perna ou uma reação na pele, as emoções e pensamentos devem receber a devida atenção: todos nós podemos ter inclinações suicidas por conta de momentos específicos da vida, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Nos últimos tempos, os brasileiros se depararam com desafios em diversas áreas da vida: social, econômica, política, ambiental e sanitária. Representantes do governo que expõem os trabalhadores, negam direitos básicos e jogam contra a saúde da população. Uma pandemia sem precedentes que enluta e adoece os brasileiros. Nossas florestas queimando, a água faltando por conta da má gestão da energia. Desemprego, fome e solidão.
Ver o dinheiro valer mais que a vida humana, a vacina chegar com atraso, causando mortes evitáveis, e o prato ficar vazio entristece, revolta e machuca cada cidadão. Não é absurdo nos sentirmos desanimados, confusos e adoecidos. Mas é nessa hora que a união deve se fortalecer. Um ombro amigo e uma escuta especializada fazem muita diferença.
A solidariedade é chave não só para mitigar as desigualdades sociais, mas também para nos mantermos fortalecidos para enfrentar as batalhas da vida. Oferecer seu tempo e energia em prol do próximo são atitudes de extrema importância. Se conhecer e auxiliar o outro neste processo não é apenas uma decisão individual: é uma atitude pelo bem coletivo!
Acolher as angústias e inseguranças, partilhar os espaços e o pão, ouvir e falar sem julgamentos. Dar atenção a quem se sente vulnerável e invisível. Se manifestar contra os ataques de um governo cruel e genocida. Recriar uma rede de apoio que nos conecte, uma comunidade de carinho e compreensão que transponha barreiras.
O convite do Sindieletro é para que essa onda de compreensão e fraternidade se espalhe por todos os outros meses do ano. Vamos seguir por outubros, novembros e dezembros amarelos. Que a solidariedade seja permanente, o ano todo. Você não precisa enfrentar tudo isso sozinho. Peça ajuda. Dê a mão. Estamos juntos.
Sente que precisa de ajuda ou conhece alguém que não está muito bem? O Centro de Valorização da Vida (CVV) atende pelo número 188 em todo o território nacional. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24h.