Em média, a cada 8 minutos e meio, uma pessoa desaparece no Brasil. Crianças e idosos são os que mais aparecem nas estatísticas, sobretudo vítimas de sequestros e problemas relacionados a esquecimentos. Mas envolvimentos com drogas, depressão e outros problemas de saúde mental, assim como a necessidade de fugir de crises familiares e de ameaças de homicídios também são causas comuns. A série "Desaparecidos", que agora está no Youtube ACESSE QUI, veio contar alguma dessas histórias.
A série foi idealizada por Anderson Jesus, criador da produtora Iracema Rosa Filmes, e exibida inicialmente em TV por assinatura. A publicação da primeira temporada no Youtube, em parceria com a Ponte Jornalismo, foi pensada para que mais pessoas tivessem acesso ao conteúdo.
"Acho muito importante termos o lançamento do canal, pois é um assunto que a mídia tradicional não aborda com frequência, salvo em raras exceções. No limite, há algumas matérias, uma ou duas pessoas são entrevistadas, mostram algumas fotos e só. Pelo tamanho do problema, isso ainda é muito pouco. São dezenas de milhares de pessoas que desaparecem todos os anos e elas não são mostradas”, afirma o diretor.
Anderson Jesus afirma que o objetivo é fazer com que a série ajude a quebrar o silêncio sobre esses casos não solucionados e potencialize a divulgação da segunda temporada, que dá continuidade às histórias e está sendo transmitida pelo canal A&E para toda a América Latina e também está disponível na plataforma Looke.
“Percebemos que o projeto, veiculado apenas na TV, ainda era insuficiente. Toda vez que íamos produzir uma temporada chegavam centenas de casos, e a gente precisava escolher um número limitado. Agora, vamos para a internet para dar continuidade neste trabalho e dar visibilidade a essas pessoas e seus familiares. Principalmente porque, muitas vezes, elas são marginalizadas”.
A série traz depoimentos de policiais, especialistas, amigos e familiares das vítimas e dá ênfase na divulgação de histórias de casos de desaparecimentos recentes, sobretudo ouvindo famílias de baixa renda. Além disso, foram ouvidas vítimas desaparecidas que estão em busca de suas famílias.
“A divulgação do rosto de pessoas desaparecidas é fundamental no processo de busca e o lançamento do canal no Youtube aumentará ainda mais o alcance e a nossa esperança”, afirma Ivanise Esperidião, da ONG Mães da Sé, que contribui na produção da série desde a primeira temporada.
Fonte: Brasil de Fato (SP), por Mariana Lemos