Seminário

Três eletricitários de Minas Gerais participaram do 1° Seminário Internacional de Análise e Prevenção de Acidentes do Trabalho, realizado de 26 a 29, em São Paulo, pela Faculdade de Saúde Pública da USP e pela Faculdade de Medicina da UNESP de Botucatu.

O representante dos eletricistas de linha viva da Cemig, Eli Ananias, o coordenador do Sindieletro na Regional Metalúrgica, Jefferson Silva, e o diretor Moisés Acorroni contribuíram com o debate, que tem o apoio do Fórum de Acidentes de Trabalho reúne instituições que atuam na área como o Ministério Público do Trabalho, a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, o Ministério do Trabalho e Emprego, INSS, e representantes de universidades

O eletricista da Cemig, Eli Ananias, apresentou o processo de trabalho nas redes energizadas e mostrou que a complexidade e o risco constante da intervenção agravam os impactos da atuação profissional sobre a saúde do trabalhador. Eli Ananias destacou que, além dos perigos presentes normalmente na linha viva, a pressão por produtividade leva à perda da qualidade de vida dos trabalhadores e afeta as condições físicas e psicossociais dos trabalhadores ao longo da jornada e da vida.

Jefferson Silva, que participa do grupo que discute o Pacto pela Saúde e Segurança na Cemig, participou do debate no seminário, que ele considera um “espaço enriquecedor para a prática sindical na luta pelo fim do trabalho precarizado”.

Flexibilização e precarização

Na abertura do seminário na quarta-feira, 27, o professor titular de sociologia no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP, Ricardo Antunes, analisou o universo do trabalho e suas contradições como a terceirização, a flexibilização e a precarização do trabalho. Antunes se posicionou contra a terceirização e qualquer forma de precarização como o trabalho temporário, as contratações como PJs (Pessoa Jurídica), dentre outras alternativas que permitem aos empresários contratar e demitir de acordo com os interesses do mercado. O professor também analisou a divisão sexual do trabalho e todas as injustiças relacionadas às questões de gênero e raça.