Sem pressão não tem negociação



Sem pressão não tem negociação

O Sindicato iniciou na quinta-feira (24), nas  portarias da Cemig, mais uma série de reuniões setoriais para construirmos, juntos, a luta necessária rumo à conquista de nossas demandas, sobretudo o abono.

Chegamos no limite das negociações das nossas pendências. Com o cancelamento da reunião que haveria com o diretor Thiago Azevedo, na última terça-feira, 22, não nos resta outra alternativa senão a mobilização e a luta. É hora de partir para cima e cobrar respeito à nossa pauta.

A direção da empresa só vai se movimentar e negociar as mais de 40 pendências, entre elas o pagamento do abono, se os eletricitários mostrarem toda a sua insatisfação contra o descaso da gestão da Cemig.

Na próxima semana faremos assembleias com os eletricitários para deliberarmos medidas mais fortes de mobilização e não descartamos uma paralisação para acabar com a paralisia da direção da Cemig.

 Setoriais participativas e com debate rico

Nas reuniões setoriais, a participação dos eletricitários e eletricitárias tem sido significativa. O debate está sendo enriquecido com muitas perguntas, e o Sindieletro responde a todas. Há o entendimento da categoria eletritricitária que é preciso fortalecer a luta para aumentar a pressão sobre a Cemig, rumo à solução concreta das  demandas. 

No Anel Rodoviário, por exemplo, os dirigentes sindicais resgataram toda a pauta dos trabalhadores, já discutida exaustivamente com a Cemig e até com representantes do governo do Estado.  Os assuntos com mais questionamentos foram o abono, a readaptação imposta de cima para baixo para inúmeros eletricitários e eleições na Cemig Saúde e Forluz, entre outros.

Segundo o secretário geral e Planejamento Estratégico do  Sindieletro,  Vander Meira Pereira, durante a setorial do AR, o pagamento do abono não está atrelado às condições financeiras da Cemig, tendo em vista que a empresa sempre provisiona recursos para os direitos devidos aos trabalhadores. Ele lembrou que a própria empresa disse que iria pagar o abono, pela PLR que não foi repassada.

Vander relacionou vários problemas nos locais de trabalho, como as readaptações de eletricitários que têm servido mais para causar apreensão, pressão e insegurança nos readaptados. Além disso, acrescentou, os assédios são tantos que se o trabalhador não se mobilizar e combater, vão se tornar uma situação fútil. De acordo com Vander, o COD, por exemplo, "virou fábrica de loucos", em função dos assédios. "É fundamental que todos nós tenhamos um sentimento de solidariedade, para nos proteger e proteger o colega. A luta se faz com solidariedade", destacou.

A nossa responsabilidade

O coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, ressaltou que é hora de mais reflexão, principalmente sobre a responsabilidade de cada trabalhador na luta por seus direitos. Ele fez um resgate das demandas, lembrou que assim que a Campanha Salarial terminou, o Sindieletro imediatamente procurou a Cemig para negociar as pendências, muitas delas antigas. Jefferson criticou o RH da empresa, que não resolve nada, cuja diretora está  no cargo para perseguir os trabalhadores e impor retirada de direitos. "Os gestores da Cemig estão rompendo as relações democráticas com a organização dos trabalhadores, estão impondo muito autoritarismo.  Estão reproduzindo o que acontece hoje no país, com um governo ilegítimo que rompeu com a democraia, com instituições que romperam com o Estado de Direito".

Um dos exemplos que Jefferson citou sobre o autoritarismo e o rompimento com as relações democráticas na empresa, foi o não cumprimento do compromisso de pagar o abono. E citou também o   descumprimento da cláusula do ACT (quitação plena) que garante a todos os trabalhadores que saem em PDI o direito de recorrer à Justiça se a Cemig não lhe pagar todos os direitos. O Sindieletro, inclusive, acionou a Justiça para o cumprimento da cláusula.

"Precisamos ter convicação de que todos somos responsáveis pela luta, as mobilizações e conquistas são coletivas. Chegou a hora de darmos mais uma resposta à Cemig, pela luta, pela união", destacou.

 

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