Os trabalhadores da empreiteira Potência Medições, no Noroeste de Minas, foram surpreendidos na manhã desta quarta-feira (27). Os portões da empresa em diversas cidades, como Unaí, Paracatu, Pirapora e Curvelo, amanheceram fechados. A empresa não prestou nenhum esclarecimento aos trabalhadores sobre o que está havendo e simplesmente impediu os profissionais de iniciarem a jornada.
Desde a renovação de seu contrato com a Cemig, há cerca de dois anos, a empresa não consegue manter o que foi acordado. A quantidade de equipes e o pagamento em dia, por exemplo. Em 2023, o Sindieletro divulgou o constrangimento ao qual trabalhadores foram expostos ao terem caminhonetes apreendidas durante a jornada de trabalho; a empresa não estava efetuando os pagamentos à locadora.
Para tentar contornar as situações, a Potência toma decisões que fogem do estipulado em contrato: as caminhonetes usadas atualmente não são do porte necessário para o trabalho e os salários atrasados são pagos em datas diferenciadas para os trabalhadores da linha de frente e do administrativo, por exemplo.
Recentemente, a empreiteira comunicou que iria romper o contrato com a Cemig. Nesse momento, temos informações de que a Cemig está negociando com a Potência, pois o gerente Anderson Moreira Alves, da Gerência SD/TR, e o superintendente Fredstwon Pereira estão em Paracatu. Aparentemente, a empreiteira solicita que a Cemig ofereça um financiamento para que os trabalhos sigam. Parece uma chantagem, não? Retirar a mão de obra durante o período de chuvas, quando as telas da Cemig estão lotadas de ocorrências, e impor seus termos a qualquer tipo de conversa.
Os trabalhadores não receberam nenhum tipo de informação. Não há esclarecimento sobre os próximos passos, sobre o trabalho dali em diante. Chegaram para trabalhar pela manhã e as portas estavam fechadas. Demandamos que a empresa esclareça qual é a real condição dos profissionais. Permanecem empregados, mas até quando?
Vale lembrar que muitos trabalhadores tiveram seus contratos rescindidos e, após meses, ainda não receberam as verbas rescisórias. Muitos não receberam seus direitos integralmente e cogitam, inclusive, entrar na Justiça para ver a cor do dinheiro.
O histórico da Potência, portanto, infelizmente é de desrespeito à categoria eletricitária e à população, que fica desamparada com a interrupção abrupta dos serviços. O Sindicato reivindica uma reunião com a representação da empresa para entender quais são as tratativas com a Cemig e qual será o suporte oferecido pela estatal aos trabalhadores. A Cemig vai assumir a remuneração dos eletricitários?