A lógica da Cemig de buscar lucros cada vez maiores para distribuir em dividendos para os acionistas, em detrimento da saúde e segurança dos trabalhadores, já provocou a morte de três eletricitários em 2013. No mesmo período, ocorreram outros 11 acidentes graves, que provocaram amputações de membros, queimaduras e aposentadorias precoces.
Para a direção da Cemig os dados são apenas estatísticas, números frios, o que importa mesmo é o lucro. Para nós, os trabalhadores, são mais que números, são vidas ceifadas, são filhos órfãos, que tiveram roubado o direito à convivência com o pai. São pais que choram a morte dos filhos, famílias que sofrem a perda de um ente querido ou têm a sua rotina drasticamente alterada para cuidar do pai, do filho ou do irmão que ficou inválido por culpa da empresa.
A morte do eletricista da linha viva, Carlos Alberto Ribeiro (Carlão), no último dia 21, abalou toda a categoria eletricitária. Um culto ecumênico foi celebrado no Anel Rodoviário em memória do companheiro e estão sendo realizadas reuniões setoriais em todo o estado, cobrando da empresa respeito à vida. Basta de acidentes! Basta de assédio moral! Basta de autoritarismo!
É hora de a Cemig rever a sua política de recursos humanos e negociar de fato com os trabalhadores.
Estamos há um ano sem acordo coletivo de trabalho, há 15 dias entregamos a pauta de reivindicações do ACT 2013/2014 e até hoje a direção da empresa não sinalizou para o início das negociações. A Cemig deveria ter negociado em março a nossa PLR, mas preferiu ignorar a categoria e agora, apresenta uma proposta que só beneficia os gerentes e superintendentes.