Satisfação com a vida é menor para pretos, mulheres e descontentes com trabalho



Satisfação com a vida é menor para pretos, mulheres e descontentes com trabalho

De zero a dez, o quanto você se considera satisfeito com a sua vida? Em uma nova pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), a pontuação média de satisfação dos brasileiros foi 7,2. Mas ela chega a até 7,9 para quem está satisfeito com o trabalho e cai até 6,1 para quem não está, além de também ser mais baixa para pessoas pretas, mulheres e jovens, por exemplo.

As diferenças estão na casa decimais, mas, mesmo assim, sinalizam desigualdades históricas, avalia o coordenador de sondagem do FGV Ibre, Rodolpho Tobler. Ele reflete que as condições do mercado de trabalho, que também são foco da pesquisa recém-divulgada, explicam parte da discrepância.

“Isso vem muito da desigualdade que observamos dentro do próprio mercado de trabalho, porque esses grupos de pessoas geralmente estão com empregos mais temporários, que são um pouco mais precários, com renda mais baixa e instabilidade maior. Isso ainda é muito fruto de uma desigualdade que observamos no mercado de trabalho e na sociedade como um todo. Em algum momento, até houver uma redução dessas desigualdades, mas em ritmo muito lento, e a pandemia voltou a acentuá-las um pouco mais”, diz.

A nota de satisfação das pessoas pretas é de 7,1 e a das mulheres, 7, por exemplo. Entre pessoas com renda inferior a dois salários mínimos, é 7 e, entre os jovens de 14 a 24 anos, 6,3. Por outro lado, a avaliação dos homens é 7,4, igual à das pessoas com renda superior a dois salários mínimos.

A pesquisa, que foca nas percepções sobre o mercado de trabalho no Brasil, também mensurou o nível de preocupação das pessoas com alguns cenários possíveis em cinco a dez anos. As maiores preocupações são de ordem econômica: 67,6% dos entrevistados declararam estar muito preocupados sobre não estar tão bem financeiramente quanto gostariam e 61,9%, que a família não esteja. Quando todos os fatores de preocupação são somados, mulheres, pessoas pretas e quem recebe menos declaram sentir-se mais aflitos que a média.

Fonte: O Tempo, por Gabriel Rodrigues

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