Santo Antônio: com prejuízos, Cemig quer vender ações



Santo Antônio: com prejuízos, Cemig quer vender ações

Após manobra na Forluz, Cemig tem prejuízo e coloca ações que eram da Andrade Gutierrez à venda

Há dois anos, a Cemig orquestrou uma manobra que obrigou a Forluz a adquirir uma participação da Andrade Gutierrez na Usina de Santo Antônio, no Rio Madeira, a despeito da opinião dos trabalhadores, contrários ao negócio.

No dia 15 de julho de 2014, cedendo à pressão da estatalmineira, o Conselho Deliberativo da Forluz aprovou, sem o voto do trabalhadores, a compra de 83% das ações da Andrade Gutierrez na Usina, numa negociação que envolveu o aporte de R$ 80 milhões. O valor seria dividido entre R$40 milhões do Plano B e R$40 milhões do Plano A.
Após a proposta ser rechaçada pelos trabalhadores no Plano B (onde a patrocinadora não possui voto de Minerva), a Cemig decidiu aprovar a compra das ações com recursos exclusivos do Plano A, onde possui a prerrogativa do voto de Minerva.

Conduzida a toque de caixa e com ajuda do voto trator, a negociação era, claramente, prejudicial para os participantes. Apesar das garantias que a Cemig deu aos investimentos, a imagem da Forluz ficou manchada. Interferência política da patrocinadora nos planos tem como consequência a perda de confiança dos trabalhadores com a Forluz. E os prejuízos não pararam por aí.

Santo Antônio

Por que o investimento na Usina de Santo Antônio foi realizado a toque de caixa na Forluz? Por que a Andrade Gutierrez pulou do barco e desistiu da Usina? Até hoje não existe transparência com relação ao negócio.

Os trabalhadores sempre apontaram questionamentos, mas não foram ouvidos. A principal preocupação era o fato de o empreendimento ter problemas ambientais e jurídicos, além do fato dos trâmites serem feitos às vésperas da eleição para o Governo do Estado. Na época, a Cemig chegou a divulgar que precisaria investir em Santo Antônio para compensar a devolução de ativos de geração cuja concessão venceu e ela não aceitou renovar.

Ao longo desses anos, a Usina de Santo Antônio registrou prejuízos recorrentes. Os sócios tiveram que fazer muitos aportes milionários no negócio. Nesse período, só prejuízo.
Agora, ciente do estrago, a Cemig colocou as ações da usina à venda. O Sindicato, à época, expôs a insatisfação da categoria com o acordo e, agora, reafirma que jamais foi conivente com tamanha ingerência em nosso fundo de pensão. Mas os trabalhadores estão pagando o pato pela má gestão da empresa: menos PLR, menos seguro de vida e demissão em massa.

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