Valeu a pena a organização e a coragem dos trabalhadores da Sá Carvalho. Na tarde desta quinta-feira, 23, terceiro dia de greve, os eletricitários da usina fecharam acordo com a Cemig em reunião mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Belo Horizonte.
A proposta construída na Justiça e aprovada pelos trabalhadores assegurou a reposição das perdas dos últimos dois anos (21,13%) com pagamento dos retroativos, tíquete peru que não foi pago em dezembro de 2015 e abono dos três dias de greve, além do abono salarial.
Em julho de 2016, será pago o retroativo do reajuste de 21,3%. Aproximadamente, será uma remuneração para cada trabalhador. O ticket extra relativo a 2015 também será pago em julho.
A categoria também conquistou na PLR. Em agosto de 2016, será pago 2,2 remunerações em abono relativo a 2015. Em dezembro de 2016, será pago o ticket extra do ano.
Também serão pagas PLR de duas remunerações em maio de 2017 e 2018.
Para o coordenador do Sindieletro no Vale do Aço, Leozinger Vieira, depois de dois anos de impasse, o fechamento do acordo foi uma grande vitória dos trabalhadores, que tomaram consciência da força da sua unidade. “Esses eletricitários estão cientes que quebraram o tabu de que na Sá Carvalho não se faz greve e agora ninguém os segura. A partir dessa conquista muitas outras vitórias virão”, acredita o dirigente sindical.
Histórico da campanha
A greve iniciada em 21 de junho foi uma resposta dos eletricitários da hidrelétrica à intransigência da Cemig nas negociações.
Em 2015 o Acordo Coletivo de Trabalho da categoria não foi fechado e o impasse gigantesco entrou em 2016. A data base dos trabalhadores da usina venceu em 28 de fevereiro, mas a empresa não havia apresentado resposta à pauta da categoria até 22 de junho. Pelo contrário, a Cemig impunha enormes perdas para os eletricitários e encerrou unilateralmente as negociações sem que o ACT de 2015 e 2016 fosse renovado, deixando salários e benefícios congelados.
Durante a reunião do Comitê de Negociação Sindical da Sá Carvalho, no último dia 20, já com a greve anunciada pelos trabalhadores, a Cemig tentou impor um quadro mínimo de 100% do quadro operacional e 50% dos eletricitários que atuam especificamente na manutenção.
A empresa tentou desrespeitar a Lei de Greve e a organização dos eletricitários alegando riscos do movimento para o ambiente e para a população. O Sindieletro recusou na mesa a proposta da empresa absurda.
Na terça-feira, 21, o Sindicato participou de reunião com a Cemig para discutir a pauta dos eletricitários da Usina Sá Carvalho mas não houve avanços. Em assembleia feita na quarta-feira (22), os trabalhadores haviam rejeitado contra-proposta da Cemig e reforçado a disposição de continuar na luta.
O Sindieletro questionou a postura da Cemig no processo de negociação. Diante da disposição dos eletricitários de continuarem com a greve, a empresa, em vez de propor uma negociação séria e apresentar um contraproposta, agia de forma irresponsável deslocando trabalhadores de outras usinas, sem conhecimento e treinamento técnico adequado para operar Sá Carvalho. No final das contas, com a mediação do TRT, prevaleceu o bom senso e o acordo foi fechado.
O sentimento não é só de conquista, mas também de união e companheirismo.
da sua história.
Nesta terça-feira, o Sindieletro participou de reunião com a Cemig para discutir a pauta de reivindicações dos eletricitários da Usina Sá Carvalho mas não houve avanços.
A data base da categoria venceu em 28 de fevereiro, mas a empresa não apresentou, até o momento, uma contraproposta minimamente razoável. Pelo contrário, a Cemig impõe enormes perdas para os eletricitários e encerrou unilateralmente as negociações sem que o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) fosse renovado.
Durante reunião do Comitê de Negociação Sindical da Sá Carvalho, na última segunda-feira (20), a Cemig queria impor um quadro mínimo de 100% dos trabalhadores do quadro operacional e 50% dos eletricitários que atuam especificamente na manutenção. A empresa tentou desrespeita a Lei de Greve e a organização dos eletricitários alegando riscos do movimento para o ambiente e para a população.
O Sindieletro considerou a proposta da empresa absurda e propôs que, durante a greve, o quadro fosse reduzido a 10%, a fim de garantir o efetivo exercício do direito de greve. A proposta não foi aceita pela Cemig.