Na mesa de negociação, em 2016, a direção da Cemig se comprometeu com a reconstrução do PCR, feita com a participação dos sindicatos, para finalmente corrigir injustiças e promover a valorização dos trabalhadores.
Mas o que se vê é o contrário. Recentemente, a empresa divulgou a nova descrição da carreira de eletricistas dos níveis 1, 2, 3 e 4, feita sem qualquer debate e com alterações que agravam as injustiças.
Pela nova descrição, os eletricistas de Nível 1 podem realizar, com o mesmo salário, praticamente todas as atividades nas redes energizadas e desenergizadas dos eletricistas dos níveis 2, 3 e 4.
O Nível 1 da carreira, que era usado só para trabalhadores da fase inicial, previa - pela antiga descrição do PCR – atividade de apenas acompanhar ou auxiliar, sob orientação e supervisão profissional, as intervenções de linhas e redes de distribuição e subestações.
Vários trabalhadores aprovados no concurso 2012 que realizam intervenções na rede, mas continuam no Nível 1, esperavam pelo reenquadramento, mas, com o decreto da empresa, perdem a esperança de progredir na carreira e a motivação para continuar na Cemig. “Agora fica mais difícil para nós, que aguardamos a regularização e esperávamos justiça com o PCR. Há caso de eletricista que trabalhou mais de um ano na Linha Viva como Nível 1 e não tem mais perspectiva de progressão”, conta um eletricitário de BH.
Muitos desses eletricistas que aguardam progressão na carreira cumpriram todos os pré-requisitos para a progressão e obtiveram boa avaliação de desempenho. Mas, apesar de já desempenharem as funções de Níveis 2 e 3, não foram reenquadrados.
AUTORITARISMO
Na avaliação do Sindieletro, ao adotar uma nova descrição das carreiras sem nenhuma discussão com os trabalhadores, a direção da empresa age do mesmo modo como vem tratando o PCR: de forma unilateral e autoritária, comprometendo a motivação dos eletricitários.
Há alguns meses o Sindicato denunciou mais essa contradição da Cemig que, na mesa de negociação, assumiu o compromisso com as entidades de debater o Plano, mas contratou uma consultoria (Rhumos) para redimensionar o quadro de pessoal e as carreiras apenas com a diretoria da empresa, sem a participação dos sindicatos.
A direção da estatal, que barra o debate para a construção do novo PCR, ainda não apresentou proposta concreta paras as entidades e segue com uma política de carreiras cada vez mais injusta e sem transparência.
O Chave Geral cobrou do gerente de RH/RT, Brunno Viana, explicações sobre essas alterações que atropelam o grupo que debate o PCR e uma data para reunião do grupo, mas não obtivemos resposta.
O Sindicato não teve e não tem nenhuma participação nesse processo e cobra da direção da empresa o compromisso de promover debate e negociar o plano de carreiras.