Na semana passada, a pedido do Sindieletro, tivemos duas reuniões com o gerente da DPR/RT, Brunno Viana, nos dias 22 e 24. Cobramos soluções para assuntos que afetam os trabalhadores e as trabalhadoras. Buscamos um posicionamento da Cemig, com soluções efetivas, principalmente sobre a PLR e as denúncias que apresentamos de demissões e ameaças de demissões de trabalhadores do quadro próprio e terceirizados, entre outras pautas.
Foi na primeira reunião, no dia 22, que reafirmamos a nossa reivindicação para o pagamento da PLR no mês de julho a todos os trabalhadores e trabalhadoras, independente de quem saiu em 2019 e quem aderiu ao PDVP 2020.
Lembramos ao gerente que, no caso da PLR, enviamos ofício à Cemig em 14/07/2020, sem resposta até aquele momento da reunião do dia 22. No documento, cobramos o que estávamos cobrando nessa reunião, ou seja, o posicionamento oficial da empresa em relação à data de pagamento para os trabalhadores que se desligaram durante 2019 e sobre o pagamento daqueles que aderiram ao PDVP 2020 e já assinaram o TRCT.
Nesse encontro, também denunciamos ameaças de demissões dos pilotos da empresa, além de tratar de outros temas do dia a dia da categoria. Lembramos ao Brunno Viana que a Cemig pretende vender a aeronave restante da empresa (eram duas e uma foi vendida no final do ano passado) e que, com essa possibilidade, o gerente do Hangar afirmou aos pilotos que eles seriam demitidos, visto que não teria como realocá-los, o que gerou grande ansiedade e preocupação.
Brunno Viana confirmou a intenção de venda, mas disse não haver decisão tomada em relação à demissão dos pilotos. Porém, afirmou que, “no entanto”, seria muito difícil realocá-los, dada à especificidade da atividade e à formação desses trabalhadores. Nós, Sindieletro, reafirmamos que o gerente responsável pelo setor dos pilotos teria dito que eles seriam demitidos e queríamos resposta concreta, e a nossa defesa é NÃO ÀS DEMISSÕES. O gerente ficou de averiguar.
Após a exposição dos assuntos, Brunno Viana colocou as primeiras impressões da visão da gestão da empresa a respeito das outras pautas e pediu tempo para buscar maiores informações.
Segunda reunião: as respostas com cheiro de enrolação
Na sexta-feira, 24, na segunda reunião virtual com o gerente da DPR/RT, apresentamos nova denúncia: demissões de terceirizados, informação que nos chegou após o encontro do dia 22.
O gerente apresentou a resposta da empresa ao ofício do Sindicato, que foi a mesma que ele já havia informado na reunião do dia 22/07. Ou seja: a empresa “pretende manter e fazer cumprir os termos do ACE de Participação no Lucro e Resultados”, efetuando o pagamento da PLR 2019 para os empregados desligados da companhia desde 2019 a partir de julho de 2020".
Na prática, a Cemig "enrola" e não informa a data efetiva que pagará aos trabalhadores desligados no decorrer de 2019. Em relação aos eletricitários que aderiram ao PDVP 2020, a Cemig não respondeu no ofício, mas o Brunno Viana argumentou que já existem acordos com outras entidades com a cláusula de quitação plena vigente há mais tempo e que isso nunca foi problema para o pagamento da PLR. Portanto, acrescentou, não haveria motivo para preocupação, mesmo com a assinatura do TRCT. Insistimos que essa resposta não contempla e ainda preocupa, pois não há certeza do cumprimento.
Em relação à ameaça de demissões dos pilotos, Brunno Viana informou que conversou com o gerente do Hangar e este negou que teria dito aos pilotos que eles seriam desligados. Mas confirmou que o gerente dos pilotos teria declarado ser difícil “realocá-los”. Nós rebatemos: essa resposta do Brunno Viana mantém a apreensão dos pilotos. Queremos a garantia de que não haverá demissões.
Mais demissões e resposta fria: redução de custo
Sobre a denúncia de demissões de terceirizados, informamos ao Brunno Viana que o Sindicato foi comunicado, por trabalhadores, que a empresa está realizando mais desligamentos em terceirizadas a seu serviço, nos setores de segurança patrimonial e de ameaça de terceirização do setor de transporte de cargas pesadas. O gerente disse que na renovação do contrato de segurança patrimonial da região Metropolitana, o edital previa redução de trabalhadores e que há estudos para a terceirização do setor de transporte de cargas pesadas, tudo com o intuito de redução de custos. Nossa resposta imediata foi que, repudiamos veementemente a atitude da empresa de reduzir custos com o sacrifício de trabalhadores.
Alertamos que a Cemig, como maior empresa pública de Minas Gerais, tem uma responsabilidade ainda maior com a sociedade e precisa encontrar maneiras de não penalizar os trabalhadores e manter os serviços com qualidade para toda a população. E, principalmente, colocamo-nos à disposição para propor soluções e, assim, evitarmos toda e qualquer demissão neste período de pandemia e também em outro momento, após a crise sanitária.
O Sindieletro procura construir alternativas para garantir a proteção dos trabalhadores em outros fóruns além da negociação direta com a gestão da empresa. A Cemig insiste em não dialogar com os trabalhadores, pois, embora se reúna com os seus representantes, não aceita e não negocia as diversas propostas em defesa dos direitos e da vida dos eletricitários.