Reunião aberta realizada no Sindieletro aponta novo período de lutas contra as privatizações



Reunião aberta realizada no Sindieletro aponta novo período de lutas contra as privatizações

Com o anúncio do desgoverno Zema sobre a intenção de retirar da Constituição Mineira o dispositivo que obriga a realização de um referendo popular para privatizar empresas estatais, o Sindieletro e o Comitê Fora Zema chamaram reunião aberta contra as privatizações e pelo plebiscito popular, realizada no último dia 16 de agosto.

Dirigentes e militantes de cerca de 70 organizações e trabalhadores da Cemig participaram da atividade e debateram sobre estratégias para impedir que Zema entregue nossas estatais para a iniciativa privada, principalmente a Cemig e a Copasa. A proposta de retirada do referendo é a comprovação de que o governo Zema tem consciência que a maioria do povo mineiro é contra as privatizações, dado evidenciado nas últimas pesquisas. Afinal, nenhum governo abriria mão da legitimidade do projeto junto à opinião pública e ao voto popular.
Na avaliação de Sílvio Netto, dirigente nacional do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e um dos coordenadores da Campanha Fora Zema, a plenária apontou os passos importantes para a construção da resistência às privatizações.

“Nós apontamos tarefas de curto, médio e longo prazo. Se Zema apresentar na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) algum projeto de lei para modificar a Constituição do Estado, nós já temos um plano de mobilizações para dificultar a tramitação do projeto no parlamento. Ao mesmo tempo, temos o desafio de desenvolver uma metodologia de médio prazo, que traga os setores da sociedade para a luta contra as privatizações”, comentou.

Plebiscito popular

Dentre as propostas debatidas no encontro, a realização de um plebiscito popular foi apontada com muita relevância, nos mesmos moldes do plebiscito da tarifa da energia elétrica realizado em 2013, quando centenas de organizações realizaram plenárias regionais, formaram comitês nas cidades e realizaram atividades de agitação e propaganda nas ruas, recolhendo milhares de votos. A partir do encontro, foi encaminhada a realização de um encontro de formadores para os dias 23 e 24 de setembro, em Belo Horizonte.

Caso o governador consiga retirar da Constituição de Minas Gerais a obrigatoriedade da realização do referendo, as organizações defendem que a consulta ao povo seja feita por meio da atuação de movimentos, sindicatos, setores progressistas das igrejas, associações comunitárias, grupos culturais e entidades estudantis, dentre outros.

Para Maria Júlia Zanon, da direção nacional do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), o momento exige avançar no diálogo com a população. Por isso, a realização de um plebiscito popular ganha centralidade. “O plebiscito é uma importante ferramenta formativa e organizativa da classe trabalhadora. Precisamos mostrar ao povo o que está em jogo. A questão das privatizações é uma grande contradição que precisa ser explorada”, explica.

Outros chamados

Engrossar as fileiras na luta contra o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), nas ações de rua e de redes e na paralisação chamada para o dia 29 de agosto. Presente no encontro, a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) explicou que, com as negativas da ALMG e do governo federal, Romeu Zema busca garantir a implementação do Regime via articulação com o Judiciário.
Também é importante mobilizar e participar da 29° edição do Grito dos Excluídos, no próximo dia 7 de setembro, para denunciar os desmandos do governo Zema. A manifestação popular tem como lema: “Você tem fome de quê?”. Será realizada na região da Pedreira Prado Lopes.

 

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