Os sindicatos e associação signatários do Acordo Coletivo Cemig Saúde repudiam a proposta apresentada pela gestão da Cemig, patrocinadora do plano de saúde, e decidem conjuntamente não realizar assembleia com a categoria para deliberar a desumana proposta.
As entidades que assinam o ACE da Cemig Saúde informam a todos os beneficiários do plano que encaminharam ofício conjunto à Cemig hoje, dia 11 de maio, em resposta ao que a empresa chamou de proposta para alteração de regras do plano.
No ofício, informamos à Cemig que o que ela chama de proposta para que deliberássemos está carente de diversas informações para que os beneficiários do plano pudessem decidir alguma coisa. Também apontamos vários pontos obscuros que poderiam acarretar várias ações jurídicas por parte dos beneficiários. Por fim, informamos que o nosso ACE está vigente e não tem necessidade de tamanha celeridade no processo negocial.
Desde o dia 23/04/2021, data da primeira reunião convocada pela empresa para tratar o que ela chama de “custos pós-emprego”, com foco no plano de saúde, as entidades que assinam o ACE do Cemig Saúde vêm promovendo discussões conjuntas acerca do tema, inclusive colocando os seus departamentos Jurídicos para estudarem estratégias jurídicas em conjunto, uma vez que, desde a primeira reunião com a Cemig, ficou claro o ataque que viria em cima do nosso plano de saúde.
Ataques que foram confirmados na reunião do dia 27/04, onde a Cemig apresentou o esboço do que ela chama de proposta para resolução dos “problemas do custo pós-emprego no âmbito do plano de saúde”.
Basicamente, a Cemig tenta criar uma divisão entre os trabalhadores quando propõe a exclusão da contribuição da empresa ao plano de saúde relativa aos aposentados. Propõe reduzir também o plano para um plano de cobertura estadual de enfermaria com cobertura apenas do exigido pelo rol de procedimentos da ANS. Ainda diz que, para os ativos, ela arcará com todo o custeio do plano, mas não diz que, ao não contribuir com o custeio do plano por pelo menos dez anos durante o seu período laboral, o trabalhador da ativa perde o direito a manter o mesmo plano de saúde, ainda que arcando com todo o custo, ao se aposentar.
Enfim, a empresa apresenta esses itens como paradigmas do plano, mas não detalha quais os valores desse novo plano, qual operadora seria contratada, se manteria a Cemig Saúde como operadora, qual o valor que cada aposentado teria que arcar nessa nova modalidade, etc...
São muitas perguntas sem respostas e a Cemig ainda impõe uma data inconcebível para que deliberássemos... Mais uma vez, a empresa nos pede que assinássemos um “cheque em branco”, quando ela não goza dessa confiança junto aos trabalhadores, uma vez que só tem atacado direitos conquistados a duras penas.
Entendemos que, se a Cemig enxerga dificuldades com os investimentos que fez no passado, na forma de benefícios aos trabalhadores, para conseguir bons profissionais no mercado, agora não é hora de retirar esses direitos após os trabalhadores terem correspondido à entrega que era esperada deles durante sua vida laboral na empresa, sem ao menos negociar de fato com as entidades representativas desses trabalhadores, tentando impor um modelo que só indica um processo de facilitação da privatização dessa empresa.
A empresa faz uma apresentação com números demonstrando suas dificuldades, mas não nos permite sequer questionar e apresentar nossa visão dos números...
Não enxergamos essa “enormidade” de problema apresentada pela Cemig e entendemos que as saídas para continuarmos tendo um plano de saúde que atenda às necessidades dos trabalhadores a custos satisfatórios são outras. Sempre nos dispusemos ao debate, mas não vamos permitir que a empresa ataque um direito conquistado ao longo de tantos anos por quem construiu e constrói lucros exorbitantes para seus acionistas...
Vamos lutar com muita disposição e união em defesa da nossa Cemig Saúde!!!