Na próxima quarta-feira (26), entidades e movimentos da sociedade civil lançam o Fórum da Democracia, uma instância para marcar os 50 anos de resistência na passagem do cinquentenário do golpe militar de 1964. O evento será na sede do Conselho Federal da OAB, das 10h às 18h, e contará com a participação da CUT Nacional, CUT-DF, UNE, UBES, OAB, entre outras organizações.
Para o secretário de Política Social da CUT-DF, Ismael José César, a iniciativa é fundamental. "Não podemos deixar essa data passar em branco, tendo em vista que a classe trabalhadora do Brasil foi determinante na resistência ao golpe militar de 64 e na luta pela derrubada da ditadura. Inclusive a CUT nasce desse enfrentamento por parte dos trabalhadores. Portanto, é fundamental a nossa presença nas atividades que serão realizadas ao longo do ano para que fatos como esse não se repitam na história do país", disse.
"O golpe militar promoveu intervenções e invasões em milhares de sindicatos, centenas de lideranças sindicais foram perseguidos, cassados, presos, muitos deles mortos, torturados e desaparecidos. Foi um ataque feroz e violento dos militares, apoiados por setores empresariais, que tentou dizimar os movimentos sindical e popular e a organização política dos trabalhadores. É uma história que precisa ser contada e resgata para as atuais e futuras gerações, para mostrar que as conquistas das forças populares sempre surgem de muitas lutas", afirma Rodrigo Britto, presidente da CUT-DF.
Ainda no dia 26 as entidades divulgarão um calendário conjunto, unificando as atividades que ocorrerão pelo país em 2014.
CUT e o resgate da história
A CUT Nacional constituiu no ano passado sua própria Comissão Nacional ‘Memória, Verdade e Justiça’ e está trabalhando na coleta de informações a partir dos 11 pontos que orientam o trabalho do GT13 ‘Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical’ no âmbito da CNV (Comissão Nacional da Verdade).
O secretário nacional de Políticas Sociais da CUT, Expedito Solaney, que será um dos representantes a compor o Fórum da Democracia, destaca que “para marcar os 50 anos do golpe ocorrerão atos organizados pela CUT e demais centrais, como no dia 13 na Central do Brasil lembrando o comício das reformas de base, onde o presidente João Goulart se comprometeu com os trabalhadores no histórico comício com mais de 50 mil pessoas que acendeu o pavio dos militares que já estavam conspirando o golpe com o apoio dos EUA, o que veio a ocorrer dias depois.”