O foco da Cemig nos próximos quatro anos será chegar e atender as pessoas e regiões mais carentes do Estado e cumprir “a sua função de uma empresa de utilidade pública”, nas palavras do presidente da Companhia, Mauro Borges, que recebeu a reportagem de O TEMPO para a primeira entrevista exclusiva após assumir o cargo.
A prioridade no social fez a diretoria da Cemig resgatar 33 mil obras que estavam paradas na empresa e que são apresentadas por Borges como “obras comunitárias”. Por meio delas será possível levar energia para conjuntos habitacionais, inclusive do programa Minha Casa Minha Vida, viabilizar poços artesianos e levar energia a comunidades rurais, indígenas e quilombolas. O investimento em cada uma das obras está entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões. “Entre a obra de um indivíduo que vai fazer uma melhoria na fazenda dele e um poço artesiano numa comunidade quilombola, a comunidade vai ser priorizada”, ressaltou Borges.
As obras também vão permitir que 100% da população mineira tenha acesso a energia elétrica. Atualmente, 55 mil famílias não têm acesso a qualquer ligação elétrica. Elas representam 5% da população do Estado e se encontram em áreas rurais afastadas nas regiões Norte, Jequitinhonha e Vale do Mucuri. Até 2018, essas famílias receberão serviços da Cemig, segundo comprometeu-se o presidente da empresa. “A Cemig tem toda a capacidade de fazer isso e neste período de governo. É um compromisso da Cemig, meu, como presidente, que nós vamos universalizar (a energia elétrica) para toda a população mineira até o final do mandato”, afirmou. O investimento para realizar as obras que vão garantir a universalização devem vir de recursos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Estamos trabalhando forte com a agência reguladora. É o que chamamos de investimento regulatório, e aí nós temos cobertura para realizar (as obras)”, explica.
Para garantir os recursos necessários para que estas obras saiam do papel, umas das ações foi cortar pela metade o pagamento de dividendos dos acionistas. Em seu estatuto, a Cemig distribui 50% dos seus resultados. Neste ano, porém, vai distribuir apenas o mínimo legal – 25%, e no final do ano. “Foi uma decisão corajosa do governador porque o Estado é o controlador da empresa e está com um déficit de R$ 7 bilhões. Mas é altamente benéfica para a empresa e para os investimentos. Isso deu uma folga de caixa para cumprir estes compromissos (sociais)”, avaliou Borges.
Fonte: Jornal O Tempo