Trabalhadores da agricultura familiar participam em Brasília de protestos contra a reforma da Previdência e a extinção dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Previdência Social. Os agricultores também reivindicam a manutenção do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR). Cerca de 4 mil manifestantes ocupam as sedes onde funcionavam os ministérios extintos pelo governo interino de Michel Temer desde a madrugada de hoje (16).
Segundo o vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Willian Clementino, as ocupações têm o intuito de "denunciar para a sociedade o descaso com as políticas para a agricultura familiar". Em entrevista à Rádio Brasil Atual, Clementino afirma que a extinção do MDA retira protagonismo das políticas para a agricultura familiar, relegando-as a segundo plano.
Sobre as propostas de reforma da Previdência, o vice-presidente diz ser "inadmissível" igualar as idades entre homens e mulheres, e entre trabalhadores do campo e da cidade, para o acesso aos benefícios. Com as novas medidas, as mulheres trabalhadoras do campo, que se aposentam, até agora, aos 55 anos, terão que trabalhar até os 65 anos. Para os homens, a mudança é de 60 para 65 anos. "Isso é um absurdo, um desrespeito, e, sobretudo, é um desconhecimento."
Clementino chama a atenção para as diferentes naturezas entre as atividades do campo e da cidade. "Nós trabalhamos de sol a sol, no cabo da enxada. Isso exige de nós um grande esforço físico e isso precisa ser reconhecido. É diferente pra quem trabalha à sombra", completa.
Além da mobilização em Brasília, Clementino diz que os trabalhadores rurais estão mobilizados nos 26 estados e no Distrito Federal, ocupando agências da Previdência Social. Ele também conclama os trabalhadores da cidade a se unirem à luta.
Fonte: Rede Brasil Atual