O que o Sindieletro sempre denunciou – a privatização das usinas da Cemig causaria prejuízos para trabalhadores e para a população da região onde se localizam as hidrelétricas – já é fato para quem depende do lago da represa de Jaguara.
Moradores do entorno da Usina, pescadores e turistas que visitam o balneário de Rifaina estão amargando prejuízos por conta do “inexplicável” esvaziamento da represa nos finais de semana e feriados. A baixa ocorre mesmo com as fortes chuvas que andam caindo na região.
Localizada no Triângulo Mineiro, a Usina fica entre as cidades de Rifaina (SP) e Sacramento (MG). Em setembro de 2017, a hidrelétrica foi privatizada pelo governo Temer e desde o dia 29 de dezembro daquele ano é operada pela empresa francesa Engie.
Seca e embarcações encalhadas
Um morador de Rifaina afirma que a situação de “seca” está sendo constante, principalmente nos finais de semana e feriados. “Quando chega a segunda-feira, o volume de água volta a subir”.
Relatos e fotografias de moradores e turistas publicados em jornais da região e nas redes sociais (abaixo) mostram que a cena no balneário da represa tem sido desoladora. Barcos, lanchas e motos aquáticas encalhados na orla da prainha artificial e nos ranchos do balneário.
A Engie afirmou para a imprensa local que “o fato é normal e regular”. A empresa alega que a faixa operativa no reservatório oscila entre o máximo e o mínimo de água e está dentro das condições hidrológicas e da programação do Operador Nacional do Sistema (ONS).
Não é normal e nem regular
Para os moradores, turistas e ribeirinhos, a situação não é normal e nem regular, porque, segundo testemunharam, antes da privatização, a represa vivia cheia.
O Sindieletro também considera que não é normal e tampouco regular a baixa na represa no final de semana. A atual gestão da usina, privada, demonstra claramente quais os efeitos da aplicação de políticas neoliberais sobre a gestão das águas.
Nos tempos em que Jaguara era operada pela Cemig, o lago da usina não apresentava tanta oscilação no nível da água. E foi justamente a estatal mineira que tornou possível a construção do balneário turístico que recebe milhares de turistas em finais de semana e feriados.