Repercussão: trabalhadores da Cemig fazem ato contra possível suspensão do plano de saúde



Repercussão: trabalhadores da Cemig fazem ato contra possível suspensão do plano de saúde

Funcionários da Cemig fazem ato contra possível suspensão do plano de saúde

O Tempo, por Raquel Penaforte

Cerca de 300 pessoas participam de um ato em frente à sede da Cemig, no bairro Santo Agostinho, na região Sul de Belo Horizonte, na manhã da quinta-feira (11). A manifestação foi organizada pelo Sindieletro, que denúncia um desmonte da companhia e que, segundo a entidade, pretende extinguir direitos dos trabalhadores ativos e aposentados.

De acordo com o coordenador-geral do Sindieletro, Emerson Andrada, a Cemig teria feito um acordo coletivo no passado em que garantia aos eletricitários a permanência do plano de saúde, no entanto, a atual gestão, segundo ele, estaria tentando descumprir o trato.

"A Cemig só não conseguiu descumprir esse acordo porque a gente está impedindo na justiça, na luta, na política, na técnica e é por isso que ela não conseguiu, mas ela já promoveu diversas atitudes para fazer isso", acusa. Outros sindicatos, como dos agentes do Correios e da Copasa, dão apoio ao ato.

Faixas com dizeres "Não vamos aceitar que acabem com Cemig Saúde" e "Cemig, esse trem é nosso" estão afixadas nos muros do prédio. Por outro lado, a companhia também afixou um cartaz informando que neste dia não haverá atendimento presencial na unidade.

Depois do protesto em frente à sede, os manifestantes vão até o Ministério Público de Minas Gerais entregar um pedido dos trabalhadores de intermediação de conflitos entre as partes. Na sequência, o ato deve seguir até a Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Aposentado pela companhia depois de 25 anos de contribuição como técnico e depois como engenheiro, Ricardo Martinho, de 72 anos, teme que a extinção do plano de saúde prejudique os colegas que têm menos remuneração. "Se acabar com nosso plano, vou ter que procurar um particular mas é quem não tem condições de pagar?", questiona. Segundo o aposentado, o acordo foi firmado ainda na década de 1970 e desde então os funcionários têm descontado o valor da participação no plano. "Nossa parte a gente fez e faz, agora a empresa tem que fazer a dela", afirma.

A Cemig iniciou, em abril de 2021, processo de negociação coletiva junto às Entidades Sindicais representativas de seus colaboradores e à Associação dos Eletricitários Aposentados e Pensionistas da Cemig, visando definir novas regras para o custeio do plano de saúde para empregados ativos e aposentados. Segundo a empresa, essa mudança é necessária já que, nas condições atuais, o custo do plano de saúde gera um passivo que pode comprometer a sustentabilidade econômica da companhia.

Resposta da Cemig

Em nota, a Cemig disse que "em nenhum momento dessa negociação deixou de fornecer o plano de saúde a seus empregados ativos ou aposentados, bem como a seus grupos familiares. A proposta apresentada pela empresa em substituição ao modelo atual garante um plano de saúde de qualidade, em linha com o mercado e integralmente custeado pela empresa para os empregados ativos. Além disso, garante ao aposentado o direito de permanência no mesmo plano, desde que cumpridos os requisitos legais e que ele passe a arcar com o seu custeio, nos termos da lei 9.656/1998".

A companhia informou ainda que as negociações com as entidades sindicais continuam, mesmo com as discussões ocorrendo em âmbito judicial.

 

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