Renovamos o luto e a disposição para a luta



Renovamos o luto e a disposição para a luta

O Sindieletro faz 72 anos. No dia 25 de julho de 1951, os trabalhadores da Indústria de Energia Elétrica de Minas Gerais se juntaram para fundar este que é o maior sindicato da categoria eletricitária de Minas Gerais e um dos maiores do Brasil. O Sindieletro permanece fiel às suas origens.

No tempo de nossa fundação, a primeira grande tarefa envolveu capitanear e canalizar a indignação e a revolta contra as más condições de trabalho em uma bandeira de todos e de todas. A experiência adquirida em décadas atuando em busca de melhor qualidade de vida para os Eletricitários, atuando inclusive para aprimorar as práticas de segurança dentro da empresa, é hoje a base e o fundamento para enfrentar o desmonte da estrutura de Saúde e Segurança da Cemig levada a cabo pela gestão Zema. Desmonte que atingiu seu ápice funesto com a morte do companheiro Gabriel Luciano na subestação de Pai Joaquim, no Triângulo Mineiro. Uma tragédia anunciada.

O primeiro sinal de alerta se acendeu quando trabalhadores e trabalhadoras começaram a procurar esta entidade sindical para mediar a transferência entre setores da empresa, alegando estarem em ambientes de trabalho adoecidos e insustentáveis. Na sequência vieram as denúncias de uso de instrumentos oficiais da casa para a prática de assédio moral, como a IP 8.3, ameaças de transferência, as sindicâncias e processos administrativo-disciplinares.

No período que antecedeu o fatídico acidente com Gabriel, uma série de acidentes e adoecimentos do trabalho vinham sendo reportados pela categoria ao Sindieletro, porém não constavam nas estatísticas apresentadas pela Cemig, indicando ocultação sistemática por parte da gestão. O acidente com a equipe de linha viva acontecido no dia 23 de maio foi relatado ao Sindieletro pela categoria, mas só nos foi comunicado oficialmente pelo RH da empresa no dia 26 de junho, após consecutivas denúncias acerca da ocultação de acidentes ou do incorreto registro de sua relevância.

Para completar o cenário, na greve do dia 13 de julho o diretor Thadeu Carneiro presenteou antecipadamente a categoria com um exemplo grotesco da prática de assédio moral coletivo.
A morte de mais um trabalhador a serviço da Cemig, desta vez o terceirizado Romero – a serviço da Geração e Transmissão de Thadeu Carneiro –, ocorreu na última sexta-feira (21) e renovou o nosso LUTO e a nossa disposição para a LUTA.

Neste 25 de julho, nossa celebração de aniversário se faz na apropriação do ânimo e do vigor necessário para enfrentar este momento sombrio. Nós, Sindieletro, nascemos, crescemos, amadurecemos e nos renovamos constantemente na missão assumida em 1951 com a categoria eletricitária mineira. São 72 anos de solidariedade, conquistas e presença constante para o enfrentamento aos desafios impostos à classe trabalhadora.

Parabéns, Sindieletro. Parabéns, categoria eletricitária. 72 anos na luta incessante por vida, trabalho e dignidade.

Cemig: esse “trem” é nosso!

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