A queda de 99,7% no lucro que a Cemig registrou no primeiro trimestre deste ano, se comparado ao mesmo período do ano passado, traz vários alertas para a população e para os trabalhadores.
O lucro do primeiro trimestre foi de R$ 5 milhões, de janeiro a março de 2016, contra R$ 1.4 bilhões no mesmo período do ano anterior. Um dos motivos da queda é que, no primeiro trimestre de 2015, a energia era vendida ao Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) por cerca de R$ 390 o MWh, enquanto no primeiro trimestre deste ano foi vendida a preço médio de R$ 40.
O relatório oficial que divulgou os lucros também apontou a queda na qualidade dos serviços na Cemig D no mesmo período de 2016.
Em 2015, o DEC (tempo que consumidor fica sem energia) da Cemig coincidiu com a meta da Aneel, mas a empresa entrou 2016 com o indicador acima da meta.
O gráfico divulgado pela Cemig mostra que o DEC acumulado em abril foi de 4,6 horas, enquanto a meta da Agência era de 4 horas.
Esses números mostram grande risco de perda da concessão pela Cemig D, já que operação depende do cumprimento das metas da Aneel e dos serviços das empreiteiras, que têm jogado o nome da Cemig na lama com a má prestação dos serviços.
Os dados também revelam ameaças aos direitos dos eletricitários, como a Cemig Saúde, que depende de repasses da empresa.
No final de 2015, a Cemig já atacou o Seguro de Vida dos trabalhadores numa demonstração do que pode vir pela frente. O Sindieletro já alerta que será preciso muita mobilização e unidade da categoria na luta por direitos e conquistas.
E ainda está pendente o cumprimento de negociações importantes, como a primarização, saúde e segurança, PCR e nova seleção interna.