O ritmo de preparo para o Plebiscito permite otimismo, segundo seus organizadores. Entre abril e maio, 100 novos comitês foram organizados, superando agora os 400 e cobrindo as 27 unidades da federação. O principal deles, a chamada Secretaria Operativa Nacional, está instalado na sede nacional da CUT. A maioria dos comitês funciona em espaços cedidos por entidades dos movimentos sociais. Outros não têm sede fixa, funcionando em casas de militantes.
A coleta de votos em defesa do oficialmente chamado Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político vai acontecer entre os dias 1º e 7 de setembro. Até lá, o trabalho é esse: organizar comitês e formar, através de cursos que já tiveram início, mais de 30 mil multiplicadores com o desafio de massificar a ideia e cuidar da votação, levando urnas e materiais de divulgação para as ruas e praças, estações de ônibus, trens e metrô, locais de trabalho e sedes de organizações populares.
Os primeiros cursos de formação de lideranças do Plebiscito aconteceram a partir de fevereiro, com participação aproximada de dois mil militantes. Um dos cursos ocorreu na Escola Florestan Fernandes, do MST, localizada em Guararema (SP). Arthur Ragusa, o Bob, membro da direção da FUP (Federação Única dos Petroleiros), onde atua na organização da juventude, participou dos três dias de aula. “Aqui na Federação estamos nos preparando para levar as urnas de votação a todas as refinarias e às plataformas em alto mar durante a semana de votação”, antecipa. O ânimo na base só cresce, conforme Cibele Vieira, que também frequentou o curso e atua na organização do plebiscito na base petroleira.
Uma nova rodada de cursos de formação voltados para o plebiscito teve início no último sábado, dia 24. Intitulado “Curso dos Mil”, dura um dia e vai ser realizado em todos os 27 estados brasileiros. O nome não é um limitador. No primeiro deles, realizado na Quadra do Sindicato dos Bancários, em São Paulo, o número de participantes chegou a 1,2 mil.