O empresário carioca José Fernandes Júnior diz que a imprensa comercial faz “propaganda escamoteada” da “reforma” da Previdência e lembra que empresas, para existir, necessitam de consumo, que por usa vez depende de população ter empregos e salários. “Compete ao Estado produzir riqueza como investidor. Todos os países que se desenvolveram no mundo tiveram ação direta do Estado.”
As críticas de José Fernandes atingem também “movimentos” ditos de mentalidade empresarial, como MBL e o Movimento Brasil 200. “Dizem que representam empresários, mas a mim não representam com essa conversa de que a reforma da Previdência vai ser a salvação do Brasil e que se ela não acontecer vai ser uma catástrofe.”
Sobre o ministro da Economia, Paulo Guedes, Fernandes lembra que ele nunca administrou nenhum estabelecimento real, que lida com “cidadão de carne e osso”. Só atuou no mercado financeiro. Diz que o presidente Bolsonaro também nunca administrou e manda um recado a ele. “O senhor cometeu um erro: foi eleito pela grande parcela do povo brasileiro acreditando na mudança, mas o senhor entregou o Brasil para ser gerido por um banqueiro”, diz, comparando entregar seu estabelecimento para ser gerido por um banco. “Boa coisa não vai acontecer. Vai querer me convencer que eu tenho de pegar dinheiro lá no banco porque vai ser um bom negócio pra mim. Todo pequeno e médio empresário que quebrou, passou nas mãos dos bancos.”
Fernandes, que atua no ramo de alimentação, destaca que quase metade do orçamento da União vai para os bancos, para pagar juros da dívida pública. “Esse é o grande câncer. Enquanto isso não for tratado, vamos continuar a acreditar que as reformas vão resolver, tirar dinheiro de aposentado, de servidor público para melhorar as contas.”
E manda recado: “Você, que tem comércio, está deixando de investir esperando a reforma da Previdência passar? Que conversa é essa? Que país é esse que esses caras ficam divulgando pra gente? Ficam dizendo que nossa vida vai melhorar se a gente melhor a vida dos banqueiros. A reforma da Previdência é um grande engodo!”.
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