Milhares de cédulas para colocar redução da tarifa de energia da Cemig em pauta
Diante da operação montada pelo governo do Estado para barrar o debate sobre a redução da conta de luz e do ICMS na Assembleia Legislativa, representantes dos consumidores e dos movimentos populares ocuparam o Plenário 4 na manhã desta segunda-feira, 19, para cobrar uma resposta à reivindicação.
A presença dos manifestantes que levaram urnas com milhares de votos coletados durante o Plebiscito Popular pela Redução da Tarifa de Energia, realizado em 2013, acabou forçando o debate. A consulta teve 603 mil assinaturas cobrando reduçao da conta e do ICMS. Durante a Audiência Pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa com o tema “Movimentos sociais e direitos humanos”, a gestão predatória da Cemig foi tema central. Participaram dos debates os deputados estaduais Rogério Correia, Adelmo Carneiro Leão e o deputado federal Padre João.
A direção da Cemig foi convidada para a audiência mas não compareceu. O coordenador geral do Sindieletro, Jairo Nogueira Filho, lamentou a ausência e alertou que, para o governo do Estado, o diálogo com consumidores e os trabalhadores esteja em segundo plano, bem depois dos interesses dos acionistas da Cemig. “O número de votos pedindo mudança na política tarifária mostra a urgência dessa discussão, mas a direção da Cemig não veio. Se tivesse recebido convite para uma reunião com acionistas estaria aqui, com certeza”.
O vice-presidente do Sindifisco, Lindolfo Fernandes, apresentou números que confirmam a má gestão da empresa e política tarifária nociva. Ela revela que, no final das contas, o consumidor mineiro paga 47% de ICMS na conta de luz, enquanto para empresários do ramo de jóias a alíquota cobrada é de 6%. Para o dirigente sindical, os acionistas são os mais beneficiados com esta política que penaliza consumidores. “A cada dez anos, diretores da estatal entregam o referente ao valor da Cemig para os acionistas”, denuncia.
A presidente da CUT Minas, Beatriz Cerqueira, denunciou a falta de fiscalização da gestão da Cemig por parlamentares mineiros. “Por causa dessa falta de investigação, as estatais que deveriam prestar serviço público e de qualidade, estão sendo privatizadas”. Ela informa que a Central vai procurar os candidatos ao governo de Minas para que assumam compromisso com a carta de reivindicação da classe trabalhadora. “Entre os compromissos apresentados deve estar o de reverter a privatização da Cemig e da Copasa”, informou Beatriz Cerqueira.