“A Cemig está quebrada”. Essa frase foi destacada pela reportagem da rádio Itatiaia, na semana passada, ao anunciar a entrevista com presidente da Cemig, Bernardo Salomão.
Mas, afinal, quem acabou com a Cemig, Bernardo? Para o Sindieletro, a resposta para essa pergunta não é tão simplória quanto demonstrou a fala do presidente. Em primeiro lugar, quando se fala que “a Cemig tem uma dívida imensa (R$ 16 bilhões)”, é preciso dar nome aos bois.
Faz-se necessário dizer, por exemplo, quem são os responsáveis pela política de investimentos que elevou a dívida da empresa aos níveis atuais. Certo?
Ou, ainda, por que distribuiu uma quantidade absurda de dividendos que fez uma verdadeira sangria no caixa da estatal? Ou, quem definiu a política de terceirização e a redução do quadro próprio? Ou, ainda, quem foi e quem continua responsáveis pela farra das empreiteiras, que controlam processos dentro Cemig, a exemplo dos projetos, gerando prejuízo para a estatal e para os consumidores? Entre outros tantos exemplos.
O calvário da Cemig, “seu” presidente, é resultado da política neoliberal especuladora para agradar o mercado financeiro, implantada nos governos tucanos de Aécio Neves e Anastasia, e que teve guarita sob o governo Pimentel. Afinal, o esforço continua sendo “enxugar para fazer o mercado acreditar na Cemig”.
A liquidação geral inclui também a Gasmig, o que, consequentemente, resultará em ataque à PEC 50 (que protege a Cemig e outras estatais da privatização).
E o pior é que, há anos, todos esses problemas são amplamente divulgados, denunciados e combatidos pelos eletricitários. Entretanto, ao invés de anunciar o caos, preferimos, como sempre, apontar soluções.
Quem construiu a Cemig de verdade, não essa dos rentistas e especuladores, mas a empresa que é agência de desenvolvimento para Minas e os mineiros, com geração de empregos e serviços de qualidade, foram os trabalhadores (as) da empresa.
E é neles que está a solução para a Cemig. Não demitindo, como pensa a atual gestão da estatal, mas com realização de concurso público, valorização do quadro próprio, fim da terceirização, garantindo as usinas sob controle integral da Cemig e sem privatização!