Que nem na Cemig: Dilapidação do patrimônio público na Copasa



Que nem na Cemig: Dilapidação do patrimônio público na Copasa

Os números relativos ao balanço da Copasa em 2020 são de assustar qualquer gestor que pensa em sua empresa com a perspectiva de crescimento e ampliação dos negócios.

A empresa distribuiu para acionistas em 2020 exatamente 128,35% do lucro líquido. A direção da Copasa cometeu o escândalo de entregar R$ 1.048.026.391,83 aos acionistas, apesar de ter atingido um lucro líquido de R$ 816.477.000,00, ou seja, R$ 231.549.391,00 a mais de tudo que sobrou de sua receita depois de descontadas as despesas do ano.

É como se um trabalhador gastasse R$ 1.280,00 por mês com um salário de R$ 1.000,00, passando a dever um salário a cada três meses. Para suportar o descontrole, este trabalhador precisaria pegar emprestada a diferença e pagar mais caro pelos juros do empréstimo e é exatamente isto que os privatistas fazem na Copasa, dilapidando um patrimônio público.

Apesar de ter financiamentos disponibilizados num saldo de R$ 1,84 bilhão (R$ 42,84 milhões no BNDES; R$ 361,07 milhões no FGTS; R$ 510,39 milhões com o KfW; e R$ 925,09, junto ao Banco Europeu de Investimentos), a empresa fez sua 15ª emissão pública de debêntures simples, no montante de R$ 500 milhões.

Além de distribuir aos acionistas prêmios muito maiores que o lucro líquido, a empresa mostra-se completamente negligente nos contratos de programa com os municípios, realizando apenas R$ 382 milhões dos R$ 853.300 milhões previstos para os investimentos. A Copasa está com várias concessões vencidas e não vemos a empresa fazer investimentos para assegurar estes contratos, criando a insatisfação municipal e facilitando defesas de privatizações e abandono de uma política pública de responsabilidade do Estado. Para garantir os investimentos previstos de 2021 a 2025 será necessária muita pressão da sociedade.

Este modus operandi na empresa acelera a dilapidação de sua estrutura operacional, com centenas de localidades com carência de mão de obra, fazendo retrabalho para consertar serviços vergonhosos de prestadores de serviços e acendendo o pavio das manifestações públicas contra a Copasa. Esta é a estratégia dos prepostos da privatização: destruir, desqualificar, despencar o valor de mercado e facilitar o entreguismo de um bem público para a iniciativa privada se responsabilizar por um serviço essencial e vital para a população, sobretudo num momento trágico como este da pandemia.

Fonte: Sindágua-MG

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