Enquanto ocorria a mesa de negociações de PLR, nessa quarta-feira, os eletricitários realizaram ato unificado e passeata pela Av. Amazonas e ruas centrais, para cobrar da Cemig e do governo do Estado os compromissos firmados com os traballhadores. Eletricitários fizeram protesto na Assembleia Legislativa pedindo a intervenção dos deputados a favor do movimento. As caravanas do interior ajudaram a lotar o ato unificado que contou com o apoio da CUT Minas, do Sindipetro, da Marcha Mundial de Mulheres e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
PLR
Na reunião realizada nesta quarta-feira, a Cemig alterou pouco a sua proposta para o Acordo Específico de PLR. Para 2015 a empresa não muda quase nada em relaçao à inicial (4% do lucro da empresa), só prevendo mínimo de R$ 100 milhões a ser distribuido em 2016. Para os anos seguintes, a proposta da Cemig muda pouco, sinalizando PLR adicional quando o lucro líquido superar a previsão para o ano.
Mais do que o baixo montante a ser distribuido, a não linearidade foi o principal motivo das entidades considerarem a proposta da empresa inegociável e cobrarem avanços. O Sindicato dos Engenheiros (Senge) comunicou na mesa que a categoria foi unânime em deliberar em assembleia que cobrará a linearidade da proposta.
Mobilização crescente
A semana começou com mobilização. Na Rua Itambé, em Belo Horizonte, trabalhadores do Centro de Operações e Distribuição (COD) fizeram paralisação histórica na terça-feira, 1º. Em Ponte Nova, eletricitários fizeram ato com panfletagem para explicar para a população os motivos da greve.
Os trabalhadores estão nas ruas e portarias, principalmente, para mostrar à Cemig, ao governador Fernando Pimentel e à população que a estatal apresentou à categoria eletricitária uma proposta salarial abaixo da crítica e se recusa a assinar o Acordo de Primarização, mantendo a terceirização que mata, mutila e compromete a qualidade do serviço prestado pela empresa.
Em relação à greve, o Sindicato denuncia a pressão das chefias sobre os trabalhadores e destacou que o movimento grevista é legal, cobrando, na mesa de negociação, que as chefias respeitem esse direito dos eletricitários.
Greve forte
A greve dos eletricitários já começou forte e está crescendo. A unidade na luta e na pauta de reivindicações ganhou força nas assembleias do Sindicato dos Advogados e do Sindicato dos Engenheiros, onde os trabalhadores também aprovaram a greve por tempo indeterminado. No Sindicato dos Eletricitários de Juiz de Fora também houve indicativo de greve.
Parabéns aos trabalhadores que já entenderam que, para colher os frutos, é preciso lutar muito, com coragem e unidade.
Esta semana será decisiva. Vamos manter a mobilização em alta para fazer a Cemig entender que a enrolação não tem perdão. A greve só termina quando a empresa negociar de verdade o reajuste dos itens econômicos pelo INPC, aumento real, contratação imediata de 1.500 eletricistas, assinatura dos acordos de PCR e primarização, medidas urgentes de saúde e segurança, manutenção dos benefícios da Forluz e maior montante e justiça na distribuição da PLR.
Fala trabalhador
“A greve dos funcionários da Cemig não é só por salários. A Cemig está retirando direitos que os trabalhadores adquiriram ao longo do tempo, com muito esforço e empenho. Os vários acidentes que envolvem profissionais da empresa e terceirizados também são motivos de muita preocupação, além do atendimento aos consumidores que, dia após dia, cai a qualidade.”
“Eu sou esposa de eletricitário, sei bem o que meu marido e seus companheiros enfrentam no dia a dia. A dedicação deles é tamanha, não tem sol, chuva, noite ou dia, eles saem quando for preciso para atender a população. Foi a profissão que escolheram e eles amam o que fazem, mas precisam que direitos e garantias fundamentais sejam mantidos. Que sejam vistos como seres humanos e não apenas como mais um número, uma estatística.”
“E a direção da empresa, visando somente o interesse de alguns poucos e grandes lucros, não olha e se preocupa com quem realmente fez a Cemig crescer ao longo do tempo e se tornar uma das principais empresas de energia do Brasil.”
Nossa Pauta
• Reajuste de todos os itens econômicos (INPC 10,33%);
• Aumento real linear de 6% (produtividade referente a 2014);
• Aumento real linear de 4,87% (produtividade referente a 2015);
• PLR – Piso de 2014 corrigido pelo INPC, resultando em R$ 19.858,40 (1ª parcelo novembro/2015 – 2ª parcela março/2016);
• Tíquete extra (mínimo de R$ 1.000) em dezembro, sem coparticipação;
• Contratação imediata de 1.500 eletricistas (conforme compromisso do governador Pimentel);
- Assinatura de ACT de primarização conforme proposta apresentada na vigília;
• Acordo Coletivo Específico de PCR até outubro/2016 garantindo a implementação imediata – Iniciar mesa temática até fev/2016;
• A verba do PCR 2014 (1,2%) deverá ser distribuída, de forma linear, como aumento real para todos trabalhadores;
• Garantia de emprego;
• Suspensão imediata do trabalho isolado, conforme define a NR10;
• Não implantação de duplas de linha viva;
• Pagamento de próteses às vítimas de acidentes de trabalho (próprios e terceirizados);
• Reavaliação das readaptações;
• Proibir a utilização de motos no trabalho;
• Manutenção dos benefícios do Plano B da Forluz. Discutir os pontos conflitantes em 2016, com participação da categoria.