Há cerca de 200 anos não existiam sindicatos. Nenhum trabalhador tinha direitos, muito menos negociações coletivas, só obrigações. Eram tempos da chamada Revolução Industrial, marcada pelo o início da implantação da indústria e do trabalho em grande produção.
As condições de trabalho eram as piores possíveis. Os trabalhadores tinham jornadas de 14, 16 e até 18 horas por dia, de domingo a domingo e nos feriados; não se pagava horas extras, tampouco férias. Acidentes de trabalho com mutilação e mortes de trabalhadores eram comuns, assim como também o trabalho infantil; e os valores dos salários eram o que o patrão determinava pagar.
Foi nesse cenário de superexploração e pela necessidade urgente de garantir direitos trabalhistas, dignidade e saúde e segurança que os trabalhadores se organizaram e criaram os sindicatos. E lembramos: a organização dos trabalhadores foi marcada por greves e conflitos com a polícia, sempre chamada pelos patrões para reprimir a luta dos trabalhadores. Muitos morreram na luta.
Nesses 200 anos, a classe trabalhadora brasileira conquistou, na luta com os sindicatos, direitos como, negociar acordos coletivos (negociações com a empresa) ou convenções coletivas (negociações com entidades patronais, como federações de empresários), jornada de trabalho de 44 horas semanais, folgas aos domingos e feriados, férias, horas extras, saúde e segurança, 13º salário, férias, FGTS e PLR, entre outras conquistas.
Essas conquistas foram possíveis porque os sindicatos organizaram os trabalhadores para lutarem por seus interesses, porque, sem sindicato, trabalhador só perde. Por isso é tão importante o trabalhador estar filiado ao sindicato, apoiar. A luta é coletiva e as conquistas também são coletivas.
Hoje, além dos sindicatos, temos as federações, confederações e centrais sindicais. São entidades com um mesmíssimo objetivo: a defesa irrestrita dos direitos e interesses dos trabalhadores. A diferença é que as confederações, federações e centrais organizam e filiam os sindicatos, fortalecendo a organização e a luta dos trabalhadores.
A CUT
No Brasil, temos várias centrais sindicais, que dão suporte às lutas dos sindicatos filiados. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) é a mais conhecida das centrais do país; o Sindieletro é filiado à CUT e segue suas diretrizes.
Os compromissos da CUT, basicamente são a defesa da classe trabalhadora e a luta pela democracia e autonomia sindical. A CUT nasceu em 28 de agosto de 1983 e defende também a igualdade, solidariedade e justiça social para os trabalhadores e o povo, das cidades e dos campos, dos setores públicos e privados, ativos e aposentados.
Hoje, a luta é mais importante, ainda
Devemos ficar muito atentos: tudo que os trabalhadores conquistaram em 200 anos, o atual governo quer arrancar da gente. Várias medidas que foram tomadas só protegem o patrão. Também tentam afastar o sindicato das negociações coletivas. Atacam a aposentadoria, atacam os salários e ainda não fazem nada para gerar empregos, pelo contrário, geram é mais desemprego. Assim, os sindicatos se tornam ainda mais necessários.
A pergunta que não quer calar: Quem vai lutar por você? Respondemos: o sindicato. Mas, para essa luta, é preciso valorizar o seu, o nosso sindicato. Saber da sua importância e saber que tudo que conquistamos é coletivo.