Nas assembleias deliberativas encerradas na tarde da quinta, 27, os trabalhadores da Aliança Energia rejeitaram a proposta apresentada pela empresa para celebração do Acordo Coletivo 2015/2016. Dando uma aula de consciência coletiva de classe, os eletricitários mostraram que o nível de conscientização e solidariedade entre os trabalhadores cresceu bastante durante o processo de negociação. O sentimento passado por todos é o de que, “nenhum trabalhador vai sair perdendo nessa negociação”.
Entre os pontos que causaram indignação na proposta apresentada pela empresa, estão as tentativas de rebaixamento de benefícios e corte de direitos como o abono de retorno de férias, o corte dos anuênios, transporte dos trabalhadores com prejuízo nas horas de deslocamento e a desconsideração, por parte da Aliança, da reivindicação do auxílio creche na Pauta dos Trabalhadores, entre outros.
A próxima rodada de negociações será realizada amanhã, dia 28, às 10h30, no prédio sede da Aliança em Belo Horizonte.
Veja abaixo os principais pontos da Pauta de Reivindicações que os trabalhadores exigem a retomada das negociações:
• 10 - Auxílio Creche;
• 12 - Tíquete Alimentação (Pagamento a partir da data base – 01/02/2015);
• 13 - Tíquete Refeição (Equiparação do valor do tíquete e pagamento a partir da data base);
• 21 - Ajuda de custo para gozo de férias;
• 22 - Manutenção do transporte dos trabalhadores sem prejuízo nas horas de deslocamento;
• 27 - Manutenção dos anuênios;
• 28 - Compensação de Jornada;
• 35 - Periculosidade sobre a remuneração.
Trabalhadores insistem em um ACT com justiça
Desde o início das negociações para renovar o Acordo Coletivo de Trabalho com os eletricitários, a Aliança adota a postura preocupante de tentar retirar direitos e promover a discriminação entre trabalhadores de algumas unidades da empresa.
Depois de readmitir eletricitários dos consórcios que passaram, no início do ano, a integrar a Aliança, entendemos que a empresa precisa manter todos os direitos trabalhistas. Mas, sem qualquer justificativa racional, a Aliança propõe a retirada de direitos como, anuênio e a gratificação de férias, o que acarretaria grandes prejuízos.
Um trabalhador da área operacional com 10 anos de empresa, por exemplo, pode ter uma perda de 15% em sua remuneração, em função da retirada do anuênio.
A proposta da empresa também provocaria a perda de mais de R$ 380 de gratificação no retorno das férias. Para impor a retirada de direitos, a empresa alega que, em outros pontos, o acordo proposto traz melhoras.
Mas é claro que para a nova empresa atrair trabalhadores qualificados e comprometidos com seu trabalho, teria que oferecer algo mais do que eles já tinham. Outra discrepância na proposta da empresa é o pagamento de tíquete alimentação com valor diferenciado
para trabalhadores da capital e interior.
Para o Sindieletro, essa proposta é um verdadeiro ‘bode’, solto pela Aliança na mesa de negociação para emperrar a discussão de outros assuntos importantes para os trabalhadores.
Não podemos esquecer que a Aliança tem uma previsão de receita de R$ 1 bilhão por ano. Esse desempenho privilegiado será possível pelo fato da empresa iniciar suas atividades com usinas já funcionando há uma década e, é claro, por poder contar com um quadro de pessoal extremamente competente, experiente e que tem compromisso com o crescimento da Aliança.
Vale destacar que todo o planejamento técnico oferecido pela Cemig, empresa pública com grande conhecimento no setor, também favorece a situação financeira da Aliança, o que permite a assinatura de um acordo justo e igualitário para os trabalhadores.