Proposta de PLR da gestão Zema na Cemig traz índices obscuros e pagamento por múltiplos

No início da tarde desta segunda-feira (17), a gestão da Cemig entregou a proposta de PLR 2022 para as entidades representativas dos trabalhadores. Uma proposta que não reflete em nada o debate realizado em outras negociações de PLR, tampouco o que foi colocado pelos sindicatos nas reuniões precedentes da negociação atual. 

Na cesta ofertada pela Cemig, constam os seguintes indicadores: EBITDA Cemig Ajustado; Índice geral de prazos Distribuição; Realização dos investimentos de G, T e D; Perdas totais da distribuição e Expansão do portfólio G e T. 

Como já prevíamos, a gestão da Cemig apresentou uma proposta de distribuição de valores de PLR vinculada aos múltiplos de salários. Confira o quadro: 

“Trata-se de uma proposta extremamente discriminatória, que não corresponde às expectativas da categoria eletricitária. O anseio dos trabalhadores era por uma PLR mais justa, com distribuição mais próxima da linear”, avalia nosso coordenador-geral, Emerson Andrada. 

Índices obscuros 

Emerson Andrada também alertou sobre a necessidade de explicações sobre os indicadores. “Os índices não são incorporados baseados no fato de que alguém achou esse índice bonito. Precisamos entender o que ele significa para fazermos o debate com os trabalhadores. São informações que a diretoria tem, mas não nos repassa. Isso nos toma tempo”, argumentou. 

“Qual é a relevância de substituirmos o índice de DEC pelo índice de prazos, por exemplo? Precisamos dessas respostas. A proposta de PLR não é uma proposta, é algo que vocês colocam e pronto. O mínimo que a gestão deve fazer é detalhar”, reivindicou.  

Emerson também questionou sobre a meta de 100% atribuída ao índice de prazos. “O que significa essa meta? De que forma a Cemig vai perseguir esse índice? Precisamos ter uma compreensão melhor disso”. Uma documentação foi enviada aos sindicatos, porém não trouxe o detalhamento necessário sobre os indicadores. 

Nosso diretor Fabão correlacionou o lucro da Cemig ao montante pago aos trabalhadores: “Da forma que está sendo proposta, essa PLR começa a praticar uma participação, em termos de montante, menor do que foram as anteriores. Se o lucro agora é maior que nos anos anteriores, os trabalhadores estão perdendo PLR”, disse. 

“Não somos nós, os trabalhadores, que fazemos gestão na empresa. É louvável que a Cemig busque a expansão, mas colocar como índice algo no qual os trabalhadores não se envolvem não tem condição nenhuma. E ainda só teremos clareza desses indicadores daqui a 45 dias?”, questionou. Fabão também debateu sobre o prêmio: “Não temos gestão sobre os indicadores, e se conseguirmos 99% sobre esses indicadores, a PLR vai ser menor. Não é objetivo. Essa PLR é terrivelmente a pior. Pior forma de distribuição, com menor valor a ser distribuído e indicadores obscuros”.  

Para piorar a situação, a gestão da Cemig deu o prazo de quatro dias, até esta sexta-feira (21), para que os sindicatos deliberem com a categoria. Emerson Andrada avisou que isso é impossível — não há tempo hábil para construir o debate. Acreditamos que este prazo absurdo é mais uma manobra da gestão zemista para tentar tolher os direitos dos eletricitários e eletricitárias. O Sindieletro se reunirá com suas assessorias e direção para avaliar a proposta da diretoria e determinar os devidos encaminhamentos.  Aguarde os próximos comunicados! Cemig: esse “trem” é nosso!