Propinoduto tucano
Multinacional alemã Siemens, que tem uma subseção de maquinários e aparelhos de transporte, revelou um sistema milionário de propina, mantido há quase 20 anos, pelos governos do PSDB em São Paulo, para desviar verba destinada às obras dos trens da CPTM e do Metrô. De acordo com a revista Istoé, em troca de imunidade civil e criminal para si e seus executivos, a empresa revelou como ela e outras companhias se articularam na formação de cartéis para avançar sobre licitações públicas na área de transporte sobre trilhos. Segundo as investigações concluídas na Europa, é possível detalhar como age esta rede criminosa com conexões em paraísos fiscais e que teria drenado, pelo menos, US$ 50 milhões do erário paulista para abastecer o propinoduto tucano.
Segundos os executivos da Siemens, que assinaram um acordo com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para não serem prejudicados judicialmente, os empresários manipularam licitações e corromperam políticos e autoridades ligadas ao PSDB para vencerem concorrências, com preços superfaturados, para manutenção, aquisição de trens, construção de linhas férreas e metrôs. O esquema de corrupção que teve início na gestão Mário Covas, já era alvo de investigações, no Brasil e no Exterior, desde 2008. Desde que foram feitas as primeiras investigações, tanto na Europa quanto no Brasil, as empresas envolvidas continuaram a vencer licitações e a assinar contratos com o governo do PSDB em São Paulo.
De acordo com a Istoé, o Ministério Público da Suíça identificou pagamentos a personagens relacionados ao PSDB realizados pela francesa Alstom – que compete com a Siemens na área de maquinários de transporte e energia – em contrapartida a contratos obtidos. Somente o MP de São Paulo abriu 15 inquéritos sobre o tema.
