Projeto em BH retoma brincadeiras de rua de origem africana

Resgatar as brincadeiras dos mais velhos e de raiz africana. Esse é o desejo de Roniza Santiago e Rita Aragão, que juntas criaram o projeto Makamba Brincante. Há dez anos, elas realizam dias de brincadeiras com crianças da Vila Acaba Mundo, estimulando a criatividade, o desenvolvimento do lúdico e o viver em sociedade.

Essa edição começou em no dia primeiro de abril e acontece também nos dias 6 de maio, 3 e 17 de junho, na Praça Carioca, localizada no bairro Sion, entrada da Vila Acaba Mundo, em Belo Horizonte. Sempre das 9h às 11h, com participação gratuita.

Com ampla formação artística nas áreas de dança, música, teatro e circo, Rozina e Rita já angariaram o Prêmio de Inovação Comunitária, realizado pela Associação Querubins e pela Brazil Foundation, para o Makamba Brincante. O projeto também já compôs mostras, como o Festival de Arte Negra, Solo Negro da Cia Burlantins e Mostra Negras Autoras com o espetáculo brincante teatral "Menineça Sabi: o sabor da infância".

Brincadeiras de antigamente

Makamba, de origem Bantu, significa amigos. Esse foi o nome escolhido pelas criadoras justamente por representar a essência do que o projeto oferece às crianças, que é o brincar junto, coletivamente.

"As brincadeiras tradicionais são importantes para essas crianças. Brincar coletivamente está cada vez mais raro", reflete Rita. "A gente resgata brincadeiras dos idosos da vila e leva para os mais novos, com festas, café da manhã. A gente junta forças, cada um colabora com alguma coisa e todo mundo volta a ser criança", completa.

O Makamba Brincante estimula as crianças com o pula corda, a amarelinha africana, passa ou repassa e inúmeras outras atividades que envolvem ritmo, atenção, parceria e imaginação.

No dia 1 de abril, as makambas fizeram um cortejo colorido pela Vila Acaba Mundo, a partir das 9h, e levam cantigas, brincadeiras de roda, circuito de brincadeiras e passa ou repassa para a Praça Carioca. A programação é aberta às crianças de toda a cidade.

Fonte: Brasil de Fato MG