O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) decidiu, na última quarta-feira (7), pela realização, por tempo determinado, de uma “greve sanitária” em toda a rede estadual de educação.
A paralisação acontece entre os dias 12 e 17 de julho, nas cidades onde houver convocação para o trabalho presencial. A decisão foi tomada após o governo do Estado anunciar o retorno presencial das aulas de forma híbrida no dia 5 para professores e no dia 12 de julho para estudantes, em municípios que estão nas ondas verde, amarela e vermelha do Minas Consciente.
“É preciso destacar que o governo resolveu modificar os parâmetros para o retorno presencial nos municípios, incluindo a onda vermelha. A vacinação no estado segue lenta, nível alto de ocupação dos leitos de UTI, e as escolas sem condições estruturais para garantir segurança sanitária”, destacou Denise Romano, coordenadora-geral do Sind-UTE. A categoria, segundo o sindicato, continua disponível para a prestação do trabalho remoto, e a adesão ao retorno das aulas deve ser autorizado pelas prefeituras.
Desligamentos por morte de profissionais da educação
Segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em todo o país, o número de contratos de trabalho extintos por falecimento de trabalhadores da educação cresceu 128% nos primeiros quatro meses de 2021, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Foram 1.479 desligamentos por morte entre janeiro e abril deste ano, sendo que o aumento foi mais acentuado nos três estados com as maiores taxas de mortalidade por covid-19: Rondônia, Amazonas e Mato Grosso. O setor respondeu por 4,2% dos desligamentos por esse motivo no Brasil. Em Minas Gerais, foram 121 casos de encerramento de contrato na educação por morte do trabalhador entre o janeiro e abril de 2021, sendo que no mesmo período do ano passado foram 81. Um crescimento de 49%. Não há dados de quais desses falecimentos foi por covid-19.
Segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES), já são quase 47.600 vidas perdidas pela covid-19 no estado. Categoria continua disponível para a prestação do trabalho remoto.
Outro lado
Segundo a SES, para garantir a segurança na volta às aulas, foram disponibilizados desde março mais de R$ 75 milhões em recursos de manutenção e custeio, para compra de itens necessários no cumprimento dos protocolos sanitários. Além disso, um recurso de R$ 90 milhões foi liberado pelo governo para manutenção predial.
Ainda segundo a secretaria, todas as escolas estaduais passaram por um checklist criterioso, validado pela inspeção escolar, para aplicação dos protocolos sanitários, com adequações no ambiente e disponibilização dos equipamentos de proteção e produtos de higiene e limpeza. As medidas foram feitas, de acordo com a secretaria, para proporcionar à comunidade escolar um ambiente seguro.
Edição: Rafaella Dotta