Aconteceu o que a gente sempre repudia e combate: mais um acidente fatal com eletricitário, mantendo a média de uma morte a cada 45 dias
Lamentavelmente, aconteceu este ano o terceiro acidente fatal com trabalhador a serviço na rede da Cemig, mantendo a média de uma morte de eletricitário a cada 45 dias. O acidente aconteceu na quarta-feira, dia 13, por volta das 16 horas, em Pirapora, no Norte de Minas, com o eletricista da empreiteira Eletro Pedro, Pedro Murilo Santos Batista. Na divulgação da Cemig, o eletricista tinha 28 anos, era casado e deixou uma filha.
As informações que chegaram ao Sindieletro apontam que Pedro Murilo trabalhava em uma dupla multifuncional e atendia um serviço de substituição de cruzeta quebrada com cabos suspensos. A dupla de eletricistas se deslocou para o local do serviço e fez a abertura da chave fusível para isolamento do circuito. Um dos eletricistas foi até o veículo buscar o aterramento temporário e, ao retornar, ouviu um ruído e se depaqrou com o colega caído. Pedro Murilo tinha sido vítima de um choque elétrico fulminante.
O Sindieletro está apurando mais detalhes do acidente e acompanhando o processo de apuração.
Empresa tem histórico de acidentes
Infelizmente este não foi o único acidente fatal com eletricitários da Eletro Pedro e, se a Cemig não fiscalizar e cobrar das empreiteiras uma política séria de saúde e segurança, outros acidentes graves e fatais ainda podem acontecer. Em outubro do ano passado, o encarregado e eletricista, Fábio Custódio Oliveira, morreu quando voltava de Patrocínio para Pirapora. Fábio tinha 49 anos de idade, era casado e tinha dois filhos.
Contra a terceirização: uma luta de Davi contra Golias
A terceirização na Cemig sempre foi combatida pelo Sindieletro, porque mata mais e mutila mais os trabalhadores. Porque impõe condições e relações de trabalho extremamente precárias, com a sonegação de direitos e exploração e imposição de metas além do limite do que agüenta o ser humano.
Nessa luta, atuamos hoje nas seguintes frentes: negociar a primarização das atividades-fim na Cemig, negociar uma política de saúde e segurança que salve vidas, a partir das propostas dos trabalhadores, e impedir a aprovação do PL 4330 (hoje, este Projeto tornou-se PLC 30/2015, porque saiu da Câmara e foi para o Senado,onde recebeu novo número), entre outras frentes de mobilização. Além disso, o Sindicato reivindica participar da comissão que vai analisar este acidente.
O Projeto de Lei, anteriormente o PL 4330, e atualmente PLC 30, é a proposta mais perversa que o Brasil teve para regulamentar a terceirização. Esse PLC permite a terceirização predatória de tudo, atividades-fim e atividades meio. Isso é um absurdo. Se esse Projeto for aprovado e se tornar lei, haverá muito mais mortes e mutilações de trabalhadores, muito mais precarização, muito mais rebaixamento dos salários e dos direitos.