Primarização



Primarização

Na tarde da última terça-feira, 31, representantes dos sindicatos e da Cemig realizaram a primeira reunião da mesa temática sobre a primarização das atividades fim na estatal. A negociação visa um acordo coletivo específico que aponte as atividades que devem ser primarizadas pela Cemig e as condições para contratação de serviços nas outras atividades.

Para o Sindieletro, Cemig inicia debate com o dever de responder demanda pela contratação imediata de 1.500 eletricistas concursados, apresentar levantamento do déficit no quadro próprio e atender sentenças antigas ainda não cumpridas

O Sindieletro apresentou um relatório elaborado em grupos de trabalho anteriores, mas que nunca foi assinado pela direção da empresa. Dentre as atividades em que houve consenso para a primarização estão a leitura, a entrega de contas, o atendimento, a inspeção de unidades consumidoras e de linhas de distribuição, plantão, linha viva, subterrânea, cadastro e fiscalização de obras.

O Sindicato reivindica a atualização desse relatório e que a empresa apresente o déficit atual do quadro próprio da empresa para viabilizar o início imediato da recomposição do quadro de pessoal da estatal, de acordo com o compromisso assumido pela nova direção da Companhia. Everaldo Rodrigues, coordenador da Regional Norte do Sindieletro alertou para a urgência em repor o quadro de eletricistas. Segundo ele "restaram apenas três eletricistas no plantão em Montes Claros, o que dificulta até o treinamento de novos profissionais".

O Sindieletro cobrou na mesa o compromisso do governador Fernando Pimentel e do presidente da Cemig, Mauro Borges, de atender reivindicação da pauta do Sindieletro com a contratação imediata de 1500 eletricistas aprovados no último concurso público. João José, gerente da RH/RS, disse que a Univer Cemig (Escolinha de Sete Lagoas), tem atualmente capacidade para treinar somente 360 eletricistas por ano, o número foi contestado pelo diretor do Sindieletro Armando Marcolino, que informou que a capacidade poderia chegar a 450 eletricistas por semestre.

Os diretores do Sindicato apresentaram dados de uma ação judicial que mostram que a Cemig tem mais de 10.000 trabalhadores terceirizados em atividade fim e que certamente mais da metade são eletricistas. O Sindieletro alertou que a escolinha de Sete Lagoas precisa ser reformulada para dar conta da tarefa de primarização.

Outro ponto discutido foram as ações judiciais do Sindieletro e Sindsul sobre o não cumprimento de acordos coletivos de 2005, 2006 e 2007 que previam a contratação de 3% do quadro de trabalhadores da Cemig ao ano. A causa já foi julgada e a Cemig condenada a contratar aproximadamente 950 trabalhadores, além do pagamento de multa.

O intenso debate prosseguiu até por volta das 18 horas. A próxima reunião foi agendada para o dia 8 de abril, data em que a empresa deverá apresentar um posicionamento em relação às sentenças da Justiça que determinam a recomposição quadro próprio e formas de ampliar a capacidade de treinamento da Escolinha de Sete Lagoas (Univer Cemig).

Sobre o compromisso de contratação imediata de eletricistas, a empresa ficou de apresentar uma proposta cobrindo o déficit nas atividades na rede subterrânea, linha viva, inspeções de redes e de unidades consumidoras e prevendo formas de ampliar a capacidade de treinamento. A Cemig solicitou que os sindicatos busquem alternativas para a contratação para outras atividades, contribuindo para o cumprimento do montante da contratação imediata necessária.

Como ficam as atividades meio?
Presente na reunião, o diretor do Sindieletro, Marcelo Correia, destacou que o “processo de terceirização afeta toda a sociedade e, por isso, o Sindicato espera que mesa defina critérios claros para contratos da estatal em áreas que não serão primarizadas”. Correia explicou que o Sindieletro reivindica definir no acordo coletivo específico critérios claros e transparentes que assegurem os direitos dos trabalhadores, a qualidade dos serviços e a melhor relação custo/benefício para a empresa.


"Com tudo o que está acontecendo na sociedade, temos a responsabilidade de fazer um acordo que proíba o favorecimento de empreiteiras e permita que a Cemig melhore a qualidade dos serviços prestados à população mineira e dos empregos gerados", concluiu o diretor.

item-0
item-1
item-2
item-3