Com um salário de R$ 52 mil por mês, o presidente da Eletrobras, Wilson Pinto, propôs em 14 de março deste ano, um aumento na própria remuneração. De acordo com documento encaminhado à Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais – SEST, os atuais valores praticados estão “bastante defasados”.
Na proposta para revisão da remuneração, Wilson Pinto, sugere que o salário de R$ 52.355,71 seja reajustado para R$ 76.610,66, ou seja, um reajuste superior a 40%. O documento afirma que o Plano Diretor de Negócios e Gestão (PDNG) da empresa “já trouxe bons resultados, e contempla uma série de iniciativas fundamentais para a sustentabilidade econômico-financeira da companhia.
No mesmo dia da solicitação, o jornal o Estado de S. Paulo publicou uma matéria com o presidente da estatal que anunciava um novo Plano de Demissão Voluntária (PDV). O texto cita a eliminação de mais três mil postos de trabalho. “O executivo disse que em dois PDVs anteriores a Eletrobras já tinha eliminado 2,1 mil postos de trabalho, reduzindo em 40% seus cargos gerenciais e obtendo uma redução de custos com pessoal”.
Na reportagem, Wilson Pinto declara ainda que, “a oposição ao processo de transferência da Eletrobras à iniciativa privada está ligada a algum tipo de “influência não republicana” ou a “privilégios não sustentáveis”. Os dois principais oponentes à privatização são, conforme o executivo, alguns políticos e sindicatos”.
Para o dirigente sindical do STIU-DF, Victor Frota, a tentativa de aumento do salário dos diretores da Eletrobras é totalmente absurda. “A empresa está demitindo por PDVs, cortando gastos apenas na rubrica P (pessoal), contratou sem licitação uma empresa de comunicação e publicidade para falar mal da empresa e de seus trabalhadores, além de vários outros contratos sem licitação da gestão Wilson Pinto”, disse.
Ele aponta que a negociação do acordo coletivo trabalho de data base segue travada, sem previsão de aumento salarial à categoria eletricitária. “Porém o presidente da empresa mais uma vez mostra que seu discurso não condiz com a prática, retrato do governo entreguista de Temer”, conclui.
Assédio Moral
As entidades sindicais que representam os trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras entraram com uma ação de assédio moral coletivo contra o presidente da Holding. A ação questiona a postura do gestor ao ofender os trabalhadores e trabalhadoras da empresa. Em diversas declarações, Wilson Pinto responsabiliza a categoria eletricitária pela atual situação da Eletrobras.
Fonte: FNU/CUT