A direção da Cemig demonstrou mais uma vez que não quer o diálogo e nem a negociação com os trabalhadores, agindo dentro da linha de gestão do governo do Estado: a de sempre tentar intimidar os trabalhadores. A direção da empresa se mostrou ainda mais autoritária ao decidir, na manhã desta sexta-feira, fechar os portões da Sede, no bairro Santo Agostinho, BH, onde eletricitários demitidos arbitrariamente da Cemig Serviços estão firmes, fortes e acorrentados na ocupação que começou há três dias.
A determinação do presidente da Cemig, Djalma Morais, foi a de barrar a entrada de todas as pessoas que não estão com crachá de trabalho. Ou seja, consumidores, jornalistas e até fornecedores ficam de fora. As pessoas são impedidas de entrar já no passeio de acesso à Sede. Foi o caso do diretor coordenador daRegional Nortedo Sindieletro, Everaldo Rodrigues, trabalhador da Cemig há mais de 30 anos. Como não estava com o crachá, foi impedido de entrar. Também filhos, esposas e noivas de trabalhadores acorrentados, a maioria do interior, são barrados.
Na avaliação do Sindieletro, mais que autoritarismo, a direção da Cemig está instalando uma ditadura dentro da empresa com a tentativa de criminalizar o movimento dos trabalhadores, que é legítimo e faz parte da democracia. Respeitar a mobilização dos eletricitários seria uma prova de maturidade da direção da empresa. A maturidade de saber conviver com as diferenças de opiniões e com a mobilização de quem busca justiça.
Apesar de todo o autoritarismo da empresa, os trabalhadores que estão na Sede, acorrentados, dormindo no local e só não passando fome e frio porque muitas pessoas estão solidárias à luta deles, ajudando-os, a decisão da direção da Cemig não vai intimidar ninguém. Eles prosseguem com a ocupação, dispostos a saírem de lá quando houver negociação com o governador Antônio Anastasia pela reintegração ao trabalho e transferência para a Cemig Distribuição.