Segundo Mauro Borges, as únicas empresas que não estarão à venda são a Cemig D e GT. Sobre a Gasmig, ele disse que não há interesse de vender, mas admitiu rearranjo societário. Para o Sindieletro, falar em rearranjo não garante nada. O que garante que não haverá privatização é a luta dos trabalhadores.
Depois do diretor de Finanças e Relações com Investidores da Cemig, Fabiano Maia Pereira, comunicar ao mercado o “Fato relevante” com a decisão da empresa de contratar o Banco Itaú BBA S.A para a prestação de assessoria financeira com o objetivo de propor um modelo de negócios que viabilize capitalização para a Gasmig, o presidente da estatal, Mauro Borges, confirmou que ativos da Companhia serão realmente negociados.
Em entrevista ao jornal Valor (edição do período de 06 a 08/08) Mauro Borges afirmou que, “a fase de pulverização de portfólio acabou”. Agora, segundo ele, “o plano de alienação” é outro, várias empresas do grupo Cemig serão colocadas à venda até o fim de 2017. De acordo com o presidente, poderão ser vendidos ativos que não são essenciais nem lucrativos para a Cemig.
Borges disse ainda que as únicas empresas que não estarão à venda são a Cemig D e GT. Todos os outros ativos poderão ser vendidos ou sofrer mudanças na participação societária. São os casos das usinas de Santo Antônio e Belo Monte, a Light e a Taesa.
Mas, quanto à Gasmig, o presidente disse que não há interesse na venda, mas salientou a possibilidade de reestruturação societária a fim de incrementar a expansão da rede de distribuição de gás.
Sindieletro: temporada é de privatização
O Sindielero avalia que, por trás do documento “Fato relevante”, há a intenção de privatizar a Gasmig. E as declarações de Borges sobre rearranjo societário não garantem que não haverá venda da empresa de gás. Notícias sobre a venda da empresa já circulam há mais de um mês, inclusive com “fontes com conhecimento direto dos planos da Cemig”.
O argumento é que a estatal precisa fazer caixa para pagar sua dívida bilionária, herança da gestão tucana na Cemig. Foi até divulgado um valor para a Gasmig: R$ 1,7 bilhão.
Preparação para mais uma luta contra a privatização
Os eletricitários têm grande experiência de luta contra a privatização. Agora não será diferente. Se for preciso, a mobilização será forte e combativa. Lutamos pela PEC 50 e conquistamos, no então governo de Itamar Franco, a garantia de que toda estatal mineira, incluindo Cemig e Gasmig, não pode ser vendida sem três quintos dos votos dos deputados e mediante um referendo popular apontando se o povo mineiro quer ou não quer a privatização. Em 2014, o governo do PSDB novamente investiu pela privatização. Tentou nos impor a PEC 68, para vender estatais e suas subsidiárias, entre elas, a Cemig e a Gasmig. Mais uma vez nós impedimos.