A reforma trabalhista de 2017, promovida pelo governo de Michel Temer (MDB-SP) com o intuito de criar 6 milhões de novos empregos fracassou. Além de não criar os empregos esperados -são 12,5 milhões de desempregados hoje- promoveu a precarização do trabalho e a queda de rendimento dos trabalhadores.
Diante de perdas de cerca de 100 direitos que existiam na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o ex-presidente Lula, provável candidato do PT às próximas eleições presidenciais, ele mesmo um ex-metalúrgico que conhece o que é a vida de um trabalhador, ressaltou em suas redes sociais, na terça (4), a decisão da Espanha em fazer uma contrarreforma trabalhista, já que lá como aqui, a retirada de direitos não promoveu a geração de empregos.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, também celebrou a contrarreforma trabalhista na Espanha bem como a reestatização do setor energético na Argentina, feita pelo presidente Alberto Férnandez.
Ainda na terça-feira, Juliano Medeiros, presidente do PSOL, em entrevista a Carta Capital, também se mostrou entusiasta da medida e afirmou ‘esperar que Lula assumisse a defesa da revogação das reformas’. Para ele, ‘a esquerda precisa começar a fazer compromissos claros com o enfrentamento ao establishment financeiro’, fato que começaria pela revisão das mudanças feitas por Temer no pós-golpe em 2016, contra a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).
O ex-Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em entrevista ao Portal CUT, em agosto último, comparou a situação do Brasil em 2003, quando Lula assumiu o primeiro mandato e encontrou um desemprego em alta, o Fundo Monetário Internacional (FMI) mandando no país e a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), liderada pelos EUA, ameaçando retirar dinheiro. Era todo um ambiente contra a classe trabalhadora.
Mas, segundo o ex-ministro do Trabalho, Lula disse que iria gerar empregos de qualidade, construir o que tivesse de construir, aumentar o conteúdo local em produtos importados, contratar a fabricação das plataformas, que eram fabricadas em Cingapura, para serem feitas aqui, reorganizar a indústria naval, que em seu auge em 2014 sob a presidência de Dilma Rousseff, chegou a ter 82 mil trabalhadores e trabalhadoras; entre outras medidas de proteção ao emprego e renda.
“Os governos Lula e Dilma criaram 22 milhões de empregos de qualidade, com carteira assinada, gerando superávit na Previdência. Lula criou a Política de Valorização do Salário Mínimo e ainda assim faltava mão de obra no Brasil que chegou a ‘importar’ engenheiros de países vizinhos para atender o mercado interno. Hoje só há destruição”, destacou à época.
A Contrarreforma espanhola
Em acordo entre governo, empresários e sindicatos de trabalhadores, a Espanha decidiu entre outras medidas, extinguir os contratos por obra, limitar os contratos temporários e estabelecer regras mais rigorosas nas terceirizações. Essas regras estavam valendo desde 2012, ano em que a reforma trabalhista naquele país havia sido aprovada.
Fonte: CUT Brasil