A irresponsabilidade da gestão Zema na Cemig com o projeto de “externalização” das oficinas e laboratórios da empresa se mantém firme e forte, avançando-se com o desmonte e até mesmo com a destruição de setores inteiros ao desativar serviços e fechar locais de trabalho.
No portal de compras da empresa está previsto o pregão do Laboratório de Ensaios de Alta Tensão e Equipamentos de Proteção (LEATEP) para o dia 06 de maio. E já ocorreram pregões para a manutenção e preparação de SE móvel no Q14 (realizado em 04 de abril, uma empresa de São Joaquim de Bicas ganhou) e para a oficina de proteção da distribuição no Q14 (religadores), que aconteceu em 23 de abril. A oficina sairá do Q14.
Haverá ainda pregão no dia 17 de maio da oficina de transformadores, juntamente com outras; no mês que vem terão pregões da Central de Tratamento de Óleo e da oficina de manutenção eletrônica, mais uma que sairá do Quarteirão 14. Outros pregões virão na sequência.
No caso da Central de Tratamento de Óleo Mineral Isolante, situada no Q14 e que também vai ser licitada, os prejuízos já são calculados pelos trabalhadores. Para comparação, segundo um trabalhador da área: 1 litro de óleo sendo regenerado pela Cemig custa em média 3 reais, incluso, inclusive, o gasto com pessoal. Já 1 litro de óleo sendo regenerado por uma empresa de fora da Cemig custa em média 12 reais.
A proposta de “externalização” não é mais que dizimar a estrutura da Cemig em vários locais. A gestão retira os serviços antes realizados por equipes especialistas da empresa, fecha locais e depois propõe a venda dos locais.
Pergunta que não quer calar: a quem interessa retirar as oficinas, grande parte delas concentradas no Q14? Desde o início do primeiro mandato de Zema localidades da Cemig foram fechadas e agora se avança para desmontar as oficinas da Cidade Industrial, que são estratégicas e referências no setor elétrico. Desmonta as estruturas, vende os prédios onde as oficinas funcionavam e depois tenta privatizar o que restou da Cemig. Esse é o projeto.
A execução da proposta de “externalização” começou pelas oficinas de Ferramentas da Distribuição, Proteção da Distribuição, Manutenção Eletrônica e Regulação da Distribuição da EA/MP, em 2022, cujo o gerente se chama Agnaldo Lopes, e prossegue, cada vez mais intensa e agressiva. Esse gerente disse, em conversas, que a intenção da empresa é colocar uma placa no Q14 com os dizeres “passa-se esse ponto”. A estrutura do local é gigantesca.
A gestão não realizou nenhum estudo de impactos e muito menos dos prejuízos para a Cemig. No Q14, chegou-se a construir dois galpões para abrigar oficinas que, segundo trabalhadores, um custou 1 milhão e 400 mil reais e o outro 1 milhão e setecentos mil. Mas a gestão não usou os galpões, optando por desativar com a intenção de vender o Quarteirão 14. Quanta irresponsabilidade com o dinheiro e o patrimônio do povo mineiro!
LEATEP
O LEATEP está localizado no AR, em BH, e já funcionou no Jatobá. O funcionamento tem mais de 30 anos e o Laboratório garantia o monitoramento e o controle das condições de isolamento dos equipamentos individuais, coletivos e equipamentos instalados na frota de veículos. São testes e ensaios fundamentais para garantir segurança aos trabalhadores em atividades no setor elétrico. Conforme denúncia, a estimativa é que o custo da terceirização do Laboratório será o dobro do custo hoje praticado pelo LEATEP. Com cerca de 20 mil ensaios ano, o custo total dos ensaios realizados no LEATEP fica em torno de 500 mil reais, enquanto na terceirizada é mais de 1 milhão de reais.
Tem mais: a denúncia indica que o valor do contrato de terceirização dos serviços de ensaios de alta em equipamentos de proteção poderá chegar a 10 milhões de reais.