Maioria diz não ao retorno das armas nas mãos da população, mostra consulta pública do Senado. Resultado confirma pesquisa Data Folha: 55% dos brasileiros concordam com a proibição
Nos primeiros dias logo após o resultado da eleição de Jair Bolsonaro (PSL), que propôs durante toda a sua campanha eleitoral armar a população, o Senado Federal abriu uma consulta pública sobre o tema e a maioria sinalizou que não quer a volta das armas como solução para o problema da segurança pública no País.
O resultado da consulta reaberta no site do Senado mostra que até esta segunda-feira (5), mais de 940 mil pessoas disseram não para a revogação do Estatuto do Desarmamento contra 718.128 que disseram sim. Com diferença de mais de 200 mil votos, o resultado confirma o que diz a pesquisa DataFolha, realizada entre os dias 24 e 25 de outubro, que mostrou que 55% dos entrevistados concordaram com a afirmação de que a posse de armas deve ser proibida, pois representa ameaça à vida de outras pessoas.
Para o diretor executivo do Instituto Sou da Paz, Ivan Marques, insistir em “armar a população é transformar a sociedade num banho de sangue”.
O alerta do diretor do Instituto Sou da Paz foi feita também nas redes sociais por diversos internautas neste final de semana. E em resposta à crítica de que muitas pessoas inocentes poderiam morrer com a liberação das armas e com a carta branca para “as polícias atirarem para matar”, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, compartilhou uma postagem de um de seus eleitores com a foto descontextualizada e preconceituosa de cinco homens carregando armas.
A resposta era uma ironia ao caso do morador da favela Chapéu Mangueira, Rodrigo Alexandre da Silva Serrano, que foi morto a tiros pela polícia por ter o seu guarda-chuva preto e um “canguru” (espécie de suporte para carregar criança) confundidos com arma e colete a prova de balas.
CUT Nacional