A CIPA da Sede avisou, o Sindieletro denunciou, ambos pediram providências, mas a direção da Cemig não deu ouvidos. A empresa, mesmo após a desocupação dos trabalhadores da Cemig S, continua com as duas principais portarias do edifício sede fechadas. Resultado: em uma semana aconteceram dois acidentes com trabalhadores cadeirantes. Um na última semana e outro na manhã desta terça-feira.
O primeiro acidente ocorreu quando a Cemig impôs que os trabalhadores usassem a entrada da garagem do prédio. O eletricitário cadeirante sofreu uma queda e não pôde trabalhar. Já o acidente desta manhã aconteceu no cruzamento entre a avenida Barbacena e rua Alavarenga Peixoto, quando o trabalhador se dirigia para o Jardim Superior, local que a Cemig insiste como entrada e saída. Ele sofreu escoriações no ombro esquerdo e machucou a mão direita, precisando ser carregado para dentro da empresa.
A teimosia da Cemg em manter as portarias fechadas gera mais conseqüências, além das enormes filas que se formam durante a entrada e saída dos trabalhadores. A direção da empresa não ouviu a orientação da CIPA da Sede e tampouco se importou com a denúncia que o Sindieletro encaminhou ao Corpo de Bombeiros, apontando que o bloqueio das portarias criou uma situação de risco grave à segurança dos trabalhadores, visto que a rota de fuga em uma eventual perigo, como um incêndio, ficou comprometida.
De acordo com a própria Cemig, há cerca de três mil pessoas trabalhando e circulando pela Sede, diariamente, entre eletricitários, terceirizados e população em geral. A empresa, inclusive, no pedido de reintegração de posse do saguão do edifício sede, usou do argumento de que era necessária a saída dos trabalhadores acorrentados porque milhares de pessoas corriam risco na Sede em caso de algum sinistro.