Imagine-se no ano de 2014. O mês é outubro, período eleitoral, e o Brasil está prestes a escolher quem comandará o executivo do país.
Agora imagine se, entre os candidatos, estivesse um que prometesse reunificar o país: “Colocar o trem de volta nos trilhos”. Casado com uma jovem 45 anos mais nova, “bela, recatada e do lar”. O herdeiro da união, com apenas sete anos, já possui mais de R$ 2 milhões em imóveis.
Entretanto, o que mais chama a atenção são as propostas de governo e os aliados desse imaginário candidato à presidência. Nos programas eleitorais na TV o candidato sorumbático e com pinta de mordomo de filme de terror, se compara a “Carlos Magno, da Távola Redonda” e promete, junto com seus ministros, preparar o Brasil para o futuro.
“Para fomentar o desenvolvimento do país e criar e empregos, acabarei com a CLT, pois esse negócio de garantir direitos na lei para o trabalhador é muito arcaico. Vamos modernizar as relações trabalhistas, inclusive sem a participação dos sindicatos. Tudo ficará a cargo dos patrões. Eles devem negociar com os empregados, em troca do emprego – claro, sem qualquer ameaça - a redução das férias, 13º Salário, horas extras, entre outros direitos previstos na CLT.”
No segundo bloco do programa, segue o candidato: “Hoje a população brasileira se aposenta muito cedo e isso é ruim para a Previdência. Por isso, no meu governo aumentarei imediatamente a idade mínima da aposentadoria para 65 anos, e para 70 anos num futuro próximo.” “Também desvincularei o reajuste do salário mínimo do reajuste das aposentadorias, pois o Brasil não tem dinheiro para os aposentados”, completa.
O programa continua e, no último bloco, ele faz um resumo do que pretende fazer com os gastos públicos: “Para economizar e fazer o país crescer, congelarei por 20 anos os investimentos em educação e saúde, reduzindo o orçamento dessas áreas em até 50%”, “tudo pelo país”, promete.
Para explicar a medida ao povo, o programa termina com a voz do candidato “Esse é o ajuste fiscal que nos salvará. Portanto, não fale em crise, trabalhe!”
O tal candidato nunca existiu, mas o programa defendido por ele é o que está em curso no nosso país. Sabendo que o povo jamais elegeria um programa de governo como esse, encontraram um jeito para chegar ao poder: golpe.
Sem voto e sem legitimidade, é esse o futuro que Temer e sua trupe da “Távola Redonda” querem para o Brasil. Por isso, no dia 22 de setembro, na grande Paralisação Nacional, cabe a nós, trabalhadores e trabalhadoras, fazer valer o artigo 1º da Constituição que tanto citam nos últimos tempos, mas que foi rasgada pelos golpistas: “Todo o poder emana do povo [...]”.
Rumo à greve geral! Contra a corrupção e contra o governo golpista! Contra a retirada dos direitos do povo e por nenhum direito a menos! À luta!