A Forluz vai inaugurar o novo prédio que construiu, para servir de nova sede da Cemig, nesta quinta-feira, 20 de novembro. O Sindieletro foi informado que o nome do novo prédio será em homenagem ao ex-governador de Minas, que também foi vice-presidente no período militar, Aureliano Chaves. O Sindicato questiona essa escolha, por alguns motivos que considera justos.
Somos contra porque o nome de Aureliano Chaves, em sua biografia de homem público, não tem ligação com a Forluz, nem com a Cemig.
Somos contra porque, como deputado estadual pela UDN (1958-1966), ele participou do golpe que depôs o presidente eleito João Goulart, em 1964, apoiando a ditadura militar. Foi eleito deputado federal (1966-1974) pela antiga Arena e foi parte atuante no processo da Câmara dos Deputados para a cassação de deputados que levou à grave crise política e resultou no AI-5 (Ato Institucional), em 1968. AI 5 que impôs mais repressão, perseguição, tortura e morte de milhares de brasileiros.
Somos contra porque Aureliano Chaves chegou ao cargo de governador de Minas em 1974, como governador biônico escolhido pelos militares. Ou seja, não governou pela vontade do povo, pela democracia, mas sob a tutela da ditadura. Terminado o governo, foi escolhido vice-presidente do general João Baptista de Figueiredo.
Somos contra porque não é mais possível dar nomes de prédios, pontes, viadutos, cidades, rodovias, dentre outros espaços públicos, a políticos que participaram e compactuaram com a ditadura militar. Homenagens feitas no passado a políticos do regime militar estão sendo desfeitas, em nome da democracia. O nome dado à ponte Rio-Niterói, por exemplo, em homenagem ao ex-presidente ditador Costa e Silva foi trocado pelo nome de Herbert de Souza, o Betinho, sociólogo que foi exilado durante a ditadura e, após a anistia, se engajou na luta de combate à pobreza e à fome.
Também em Belo Horizonte temos exemplo. O Elevado Castelo Branco, no bairro Carlos Prates, teve o nome trocado, passando a se chamar Elevado Helena Grecco, um reconhecimento à liderança da ex-vereadora de BH em defesa dos direitos humanos no Estado.
Somos contra porque queremos critérios transparentes e justos para a escolha do nome do prédio da Forluz. Queremos alguém que, de fato, agiu em favor da sociedade, dos eletricitários, da Cemig e da Forluz. Por que não ouvir os participantes ativos e aposentados da Fundação para a escolha de um nome para o edifício?
Assim sendo, pedimos que a Forluz reveja a decisão de homenagear um ex-governador biônico, grande apoiador da ditadura.