Por que é tão importante para a gestão Zema na Cemig deixar os aposentados sem plano de saúde?



Por que é tão importante para a gestão Zema na Cemig deixar os aposentados sem plano de saúde?

A ideia dramática que envolve os gestores atuais da Cemig em volta do pleito de retirada de direitos consolidados dos aposentados tem uma amplitude bem maior do que o simples impacto financeiro gerado pelos gloriosos dividendos abarcados pelos insaciáveis acionistas da S.A Cemig.

É preciso que entendamos a cabeça dessas peças que se alojam sob os ditames da sanha neoliberal, que tomam conta das empresas públicas a fim de fazer créditos para seus patrocinadores e criar ideias políticas para os demais do ramo empresarial.
O abandono da discussão do estado de bem-estar social e da política de responsabilidade social das empresas culminou no que se vê hoje no devastado mundo do trabalho, permeado de condições laborais só comparadas à vergonhosa época escravagista do país dos tempos cruéis do império.

Ao patrocinar políticas tão devastadoras, os seus promotores agem para não deixar pedras sobre pedras, com destaque à corrosão do papel da empresa pública, que sempre foi um entrave no caminho desses conquistadores de patrimônio público e direitos sociais e, por isto, a eles não basta apenas pagar míseros salários como divulgado na pesquisa recente do IBGE. É preciso eliminar qualquer vestígio que lembre o trabalhador de direitos passados, que lhes conferiam melhores condições de vida, mais conforto para suas famílias, mais dignidade no pós trabalho.

Os poucos mais dos míseros 200 milhões anuais que custeiam o PSI dos eletricitários são como gorjeta para distribuir nos bolsos desses acionistas ricaços que somam apenas 0,01% da população brasileira, segundo nota técnica da Fundação Getúlio Vargas. Com o comando da política nas mãos, eles agem para dilapidar as migalhas largadas aos trabalhadores aposentados, estes que fazem parte da imensa maioria de mais de 99% da população restante.

Minúsculos em número, mas gigantes no poder econômico e numa ganância insana, esses bilionários não se contêm em sua ambição acumulativa. Para acoplar todas as peças dessa desfaçatez dos poderosos, nada mais conveniente do que a figura de um governo inimigo dos trabalhadores e com desprezo pelas classes sociais mais pobres, das quais jamais fez parte ou apontou qualquer simpatia. O resultado de toda essa investida mercenária é o arruinamento de um império poderoso como a Cemig, a transformação dos serviços prestados à sociedade mineira para pior, e a condição de seus antes orgulhosos trabalhadores em verdadeiros mártires operacionais, diários, aproximando esses infelizes à condição de zumbis sustentados por antidepressivos, álcool e outras drogas psicoativas que transportam para longe dos corpos a verdade sobre a realidade.

Para os que querem acabar com o plano de saúde dos eletricitários não basta o troco lucrado na trama oportunista; há mais valor para eles na eliminação dos lastros com o tempo passado, época em que ser trabalhador da Cemig era motivo de orgulho para si e seus arredores, em que a roda do tempo levava a um futuro honrado, lastreado nas garantias firmadas no passado de árduo, mas gratificante período de atividade na empresa.

 

 

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