Na regional Norte os problemas continuam: “Em Pirapora, recentemente tivemos vários problemas relacionados a atendimento de clientes. Muitos chegaram a ficar seis, oito e até dez dias sem atendimento, em função de contratos não cumpridos por empreiteiras e também pela precariedade imposta pela empresa à região”, conta o coordenador, Adelson Soares, acrescentando que Pirapora já chegou a ter cerca de 100 trabalhadores no quadro próprio e hoje não passa de dez.
Porém, um dos casos mais absurdos é o que William Franklin, do Triângulo, relata: sem se sentirem amparados pela Cemig, consumidores estão recorrendo a eletricistas autônomos para religar energia e outros serviços mais básicos. É de amplo conhecimento da Cemig que isso está acontecendo.
Mais especificamente no Noroeste de Minas, a Asolar, empreiteira que ganhou o contrato, tinha quatro anos para operar. Porém, no primeiro ano desistiu do contrato. Neste hiato entre uma empreiteira e outra, ficou impossível atender à demanda, pois o quadro próprio, que havia diminuído e atendia tanto o urbano, quanto o rural, não dava conta.
William alerta que, “a partir do momento em que a Cemig faz programa para levar energia às áreas rurais, a demanda aumenta, as telas ficaram cheias e há pouca gente pra atender”. A solução mais coerente seria valorizar o quadro próprio e contratar, através de concurso público (como o governador Fernando Pimentel prometeu que iria fazer e não cumpriu), ao invés de impor um programa de desligamento que não leva em conta as decisões transversais que deveriam ser tomadas para garantir a manutenção da boa qualidade dos serviços.