A Polícia federal deflagrou na manhã desta segunda, 5 de setembro, uma operação que investiga desvios nos quatro maiores fundos de pensão do Brasil batizada de Operação Greenfield. Os alvos são Funcef, Petros, Previ e Postalis. A ação tem base em casos revelados a partir do exame das causas dos déficits bilionários apresentados pelos fundos de pensão. Entre os dez casos analisados, oito são relacionados a investimentos realizados de forma fraudulenta pelos fundos de pensão, por meio dos FIPs (Fundos de Investimentos em Participações).
A Justiça determinou o sequestro de bens e o bloqueio de ativos e de recursos em contas bancárias no valor de aproximadamente R$ 8 bilhões de 103 pessoas físicas e jurídicas. Estão sendo cumpridos 127 mandados judiciais expedidos pela 10ª Vara Federal de Brasília: sete de prisão temporária, 106 de busca e apreensão e 34 de condução coercitiva nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Amazonas, além do Distrito Federal. A investigação levantou os seguintes núcleos envolvidos em fraudes: núcleo empresarial, o núcleo dirigente de fundos de pensão, o núcleo de empresas avaliadoras de ativos e o núcleo de gestores e administradores dos FIPs.
Participam da operação cerca de 560 policiais federais, além de 12 inspetores e quatro procuradores federais da CVM, oito auditores da Previc e sete procuradores da República. O nome da operação, Greenfield, remete a investimentos que envolvem projetos incipientes, ainda no papel, como se diz no jargão dos negócios. Os investigados responderão, na medida de suas participações, por gestão temerária ou fraudulenta, além de outros crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, previstos na lei nº 7.492/86.