Vai faltar gás de cozinha no Brasil, alerta a Federação Única dos Petroleiros (FUP), apontando a atual política da Petrobras, que tem reduzido o processamento das refinarias e priorizado a compra no mercado estrangeiro de produtos que o país tem tecnologia e capacidade para produzir.
Inserido no programa de desinvestimento e privatização da Petrobras, a redução das cargas nas refinarias influencia diretamente o abastecimento do GLP (gás liquefeito de petróleo), o famoso gás de cozinha. A região Nordeste é a que mais tem sentido os efeitos dessa política do governo de Michel Temer, conforme revelou recentemente o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Segundo o órgão, embora a demanda do GLP na região tenha aumentado, a produção nas refinarias vem diminuindo.
“Portanto, pode-se supor que, mantendo a curva de produção com uma trajetória declinante, a diferença entre a demanda e a produção de GLP nessas regiões deve aumentar no próximo trimestre. Ou seja, a atual situação de desabastecimento observada em estados como Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Santa Catarina tende a se agravar no curto prazo, caso a Petrobras não retome a sua produção nessas localidades”, diz o Inep.
Ao contrário da atual política da Petrobras, em 2014, no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, a produção das refinarias brasileiras bateu recorde, chegando a refinar uma carga de 2,1 milhões de barris de petróleo por dia, o que também aumentou o processamento do GLP.
De acordo com o coordenador geral da FUP, Simão Zanardi, os petroleiros estão organizando uma greve nacional para “abastecer o país”. A intenção é fazer com que as refinarias, que estão operando com menos da metade da capacidade, voltem a operar com carga máxima.
“Nossa greve não é para desabastecer o país, como está fazendo o governo Temer com essa política de desmonte que reduziu a carga das refinarias e elevou os preços dos combustíveis e do gás de cozinha, obrigando milhões de brasileiros a voltarem a cozinhar com lenha e carvão. Nossa greve é para que as refinarias voltem a operar com carga máxima e a Petrobras possa voltar a cumprir a sua missão, que é abastecer o povo brasileiro, de norte a sul do país”, afirma a FUP.
Rede Brasil Ataul - Com informações da FUP