PLR: Presidente da Cemig confirma confronto e enrolação
Nesta quarta-feira, 23/12/2020, a gestão da Cemig convocou os sindicatos para nova reunião de negociação de PLR e informou que teríamos a presença do presidente da empresa, Reynaldo Passanezi Filho.
Ele compareceu e já em sua primeira fala, na abertura da reunião, demonstrou o que pensa em relação à Companhia que comanda, no momento: “A Cemig precisa deixar de ser um entrave para o desenvolvimento mineiro e voltar a ser um indutor desse desenvolvimento para a sociedade...”, declarou.
Com esse posicionamento, claramente a favor da privatização e do mercado, o que se seguiu às demais falas do presidente foi um teatro burlesco, para ser comedido nas palavras. O diretor adjunto de gestão de pessoas, Hudson Felix de Almeida, fez uma declaração endossando as palavras do presidente e dizendo que foi ideia de Passanezi realizar a reunião de hoje.
Em seguida, os sindicatos argumentaram no sentido de demonstrar ao presidente a contradição que significava a proposta de PLR apresentada pela gestão da empresa e as palavras dele, tanto agora quanto em outros momentos, como no encontro institucional virtual realizado recentemente. Além disso, a proposta foi em direção contrária a todos os argumentos apresentados pelos representantes dos trabalhadores durante as várias reuniões de negociação.
Apresentamos também o que consideramos uma proposta de PLR justa para os trabalhadores, como foi feito também em anos anteriores.
A resposta do presidente, Reynaldo Passanezi Filho, veio então de forma a surpreender a todos na mesa. Ele fez um discurso ‘vitimista’, afirmando que não há motivos para desconfiarmos deles quanto aos indicadores, cujas metas estão no orçamento; que, se necessário, “contratamos uma empresa para auditar os valores, que não existe isso de falta de transparência, que o orçamento já está fechado”.
Passanezi disse ainda que, em outros pontos, existe mesmo divergência de opinião, pois a empresa não abre mão de definir indicadores e metas e valores de PLR diferenciados para seus gestores, gerentes e superintendentes, “porque, senão, coloca todos no mesmo barco, que, PLR linear, a empresa não vai aceitar de jeito nenhum”.
O presidente abordou também a questão do prazo de até 30/12/2020 para fechamento do ACE, como uma forma de evitar passivos trabalhistas, lembrando que a Cemig ainda responde judicialmente, em função de acordos passados. Ele insistiu no fechamento até o dia 30 mesmo diante da informação dos representantes dos trabalhadores que o entendimento dos setores jurídicos das entidades e até mesmo de outras empresas, em unanimidade, que a legislação é clara: Não ser necessário cumprirmos esse prazo arrochado. E, ao tentar justificar tudo isso, o presidente se enrolou com as palavras, chegando a misturar metas de indicadores com valores a serem repassados.
Ele demonstrou não ter prestado atenção a nada do que dissemos, ou seja,“ter feito ouvidos de mercador”.
Em nenhum momento, os trabalhadores dizem ou disseram “desconfiar” dos números colocados em orçamento e apresentados ao final da apuração de PLR, em qualquer ano, não cabendo o discurso ‘vitimista’ adotado pelo presidente. Dissemos não achar justo que, durante a evolução do indicador, somente a gestão da casa tenha a condição de acompanhá-los de forma transparente, enquanto os trabalhadores só tenham a informação de que está indo bem ou mal, sem a transparência dos números concretos.
O presidente chegou a dizer que o QRT é, sim, um indicador importante para avaliar a percepção dos clientes em relação à empresa, quando o que questionamos são os valores absurdos colocados como meta e por acharmos que esse não é o melhor indicador, uma vez que está sujeito a interferências de fatores alheios ao controle dos trabalhadores ou mesmo da gestão da empresa.
Por fim, ficou claro para as entidades que a reunião foi um teatro armado para a gestão demonstrar interna e externamente à empresa, que estaria negociando com os trabalhadores, quando, na verdade , está impondo uma “faca no pescoço” da categoria eletricitária da Cemig.
Por tudo isso, chamamos a categoria eletricitária a se manter mobilizada e atenta aos novos desdobramentos da negociação de PLR. Em algum momento teremos que decidir pelo enfrentamento para defender nossos direitos e por uma empresa pública e de qualidade para a sociedade e seus trabalhadores.
Sigamos em luta juntos!!!